terça-feira, 24 de julho de 2007

Será verdade?

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Vou transcrever uma mensagem que recebi hoje:
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Um organismo internacional reconheceu mérito educativo, pela primeira vez, a uma escola pública portuguesa. Quando entregar o prémio, a escola já foi extinta...
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EB23 de Pias ganhou um prémio internacional mas vai fechar
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DREN extingue escola premiada
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«A escola EB 23 Padre Agostinho Caldas Afonso foi extinta pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) em Abril passado. Fecha as portas em Agosto.
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Na semana passada, o conselho executivo recebeu o aviso de que a escola tinha sido escolhida para receber o "Prémio Iberoamericano de Excelência Educativa 2007" por um organismo internacional não governamental. "A princípio, julgámos que se tratava de uma brincadeira", confessou João Vilar, responsável do estabelecimento de ensino.
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Mas não estavam a brincar. Em Setembro, no Panamá o Conselho Iberoamericano para a Qualidade Educativa, aguarda a presença dos dirigentes da escola para lhe entregar o prémio, em cerimónia oficial. "Não decidimos, ainda, o que vamos fazer", diz João Vilar. Nessa altura, de facto, já a escola estará fechada e os professores - presidente do conselho executivo incluído - estarão colocados noutro estabelecimento de ensino.»
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Como a notícia referia a origem - Expresso Online (sexta-feira, 29-06-2007) e Rosa Pedroso Lima - fui constatar in loco.
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Afinal, é verdade! Agora, temos que colocar outra questão: como é possível? Ou a Escola não reúne as condições físicas (o que tornaria o prémio ainda mais relevante) ou não tem Alunos (o que transformava o prémio numa impossibilidade).
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Se estamos perante a primeira hipótese, há que dotar a Escola de NOVAS condições físicas ou, no limite, mudá-la para outras instalações - nunca fechá-la!
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Se é a segunda causa, mais valia fechar outra(s) e canalizar os Alunos para esta - a não ser que esta se situe num local demasiado remoto.
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Mais uma vez, fui ver. Fica perto, muito perto, de Monção. Tem 200 Alunos, 10 turmas. O edifício tem ar de ter sido projectado para mais. Mas, nesta região, 200 Alunos valem bem mais, para o futuro, pelo que podem potenciar. Se a vontade for apostar no desenvolvimento da região.
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Pensei no que vai sendo feito com as estações dos correios, com as urgências e os centros de saúde, com as maternidades, nestes meios que sofrem de interioridade e percebi. O futuro não passa pelo desenvolvimento sustentado destas regiões.
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FECHEM A ESCOLA, S. F. F. FECHEM AS EXPECTATIVAS. FECHEM O FUTURO.
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2 comentários:

mesjag disse...

Foi preciso ires lá para acreditares. Pois é, só quem vive ou viveu no interior é que sente esta realidade. Infelizmente, continuamos a ter o Portugal dos filhos e o dos enteados!
O País dos filhos, o País de Lisboa, aquele que decide tudo, inclusivé quem ganha as eleições, esquece um princípio básico da democracia: todo o cidadão deve ter os mesmos direitos, independentemente do lugar onde vive.
Mas é mais fácil fechar escolas, hospitais ou serviços no interior do que investir em políticas que promovam a diminuição de assimetrias regionais. E sempre sobra mais algum para gastar em assessores, Otas e coisas do género!

Anónimo disse...

Sabes o que é realmente mau? É a fatalidade. É que sobra como sempre sobrou e vai continuar a sobrar como sobra agora.
Ou vês outra possibilidade(real)?
Eu, não.