sábado, 14 de julho de 2007

Referendo, com alguma pressa!

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Durante muito tempo, a besta foi, para mim, um ser mitológico, com aspecto demoníaco, força incomensurável e fedorento. Habitava o mundo das ideias, não assustando tanto quanto o ar que exibia.
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Depois conheci outras bestas. Andavam por cá, faziam mal. Aprendi o valor das palavras genocídio, limpeza étnica, eliminação física dos opositores. Napalm, radioactividade, guerra química, uso de gases tóxicos, bombardeamentos indiscriminados.
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Quando pensava que estava tudo dito, novas bestas se perfilaram. Terrorismo de estado, ataques preventivos, eliminação dos líderes, bombardeamentos cirúrgicos, invasões promotoras de democracias, separatismo através do terror, terror para marcar posição, terror contra força estadual, terror filho do terror, terror pelo terror.
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Quando acabarão as bestas? E acabarão?
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Havia por cá uma bestinha. Só magoava os sentidos. Falava e doía, falava e feria. Não saía disso. Continua a actuar só a esse nível. Mas proliferou. Agora tem um séquito de bestinhas. Todos falam e dói, falam e ferem.
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O problema está no que nos fazia aturá-lo e aturá-los. Eram dos nossos. Tinha que ser. Afinal, falavam a nossa língua, usavam os nossos costumes, vestiam as nossas tradições, respeitavam as nossas regras.
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Nos últimos tempos, não falam da mesma maneira, parecem estrangeiros. O costume deixou de ser o que nos molda. Parece mesmo que não conhecem tradições. Certeza, certeza, só o que fazem com as regras – as nossas não lhes servem. Não gostam, não respeitam. Razões? Não interessam. A última que ouvi dizia que essa gente votou contra a decisão do país. Não concorda com a decisão, logo não tem que a respeitar. Que interessa se, no passado, votou contra o Presidente da República eleito ou contra o partido que governaria, de seguida. Aí, deve ter feito o favor de os aturar. Leis contra a corrupção e compadrio aplicadas lá? Não, só se eles assim o considerarem. Doutra forma a autonomia não deixa. Reduzir despesas da máquina do Estado? Sim para o continente, para o poder central. Eles não o fazem, só se acharem bem.
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Creio que é tempo do referendo ser usado para decidir uma questão relevante.
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Vamos perguntar ao país se quer continuar a viver com aquela gente. Vamos explicar, primeiro, que só lhes interessa o dinheiro do país, os técnicos do país, as mordomias do país. Não lhes interessa ser parte do país, só lhes interessa receber a parte do país que (acham) lhes pertence.
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Vamos explicar, depois, que sempre quiseram (lá no fundo) não ser parte do país. Quando algo não lhes agrada, usam o separatismo como uma bandeira, melhor, como uma capa de toureiro.
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Para acabar, vamos fazer contas e verificar que estamos melhor sem eles no nosso seio – até pela tendência para morder tão doce peito (que revelam)!
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Proponho: vamos referendar a saída das bestinhas. Já que se não podem erradicar as bestas, pelo menos afastamos os pretendentes. É como tirar uma pedra do sapato ou uma espinha da garganta. Não mata, mas mói. E é bem mais confortável viver sem esses empecilhos.
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Mas não lhes perguntamos (às bestinhas). Ainda votam para ficar e, depois, dizem que são dos nossos - mesmo que o país não os queira. Isso dificultará a compreensão dos compadres europeus, de certeza, e nós, os do país, não queremos que tal aconteça!
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Blogosferistas, vamos a isso? Vamos ao referendo? É tempo de fazer um referendo a sério, não?
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1 comentário:

Raimundo Amorim disse...

Neste referendo faço questão de "botar"