terça-feira, 20 de maio de 2008

CELESTIAL ASAE

Antes: os artigos expostos são para consumo da casa
Depois: os artigos expostos não são para consumo

domingo, 18 de maio de 2008

A mesma força que Mozart deu à Alemanha dar-nos-á Chopin também a nós - dizia a elite polaca, em 1830. E dos que constituem a nossa elite, no bom sentido do termo, o que será de esperar ouvir dessas bandas, as mais diversas?

Ainda temos Luiz (grafia de há meio século) Vaz, a quem atribuem a frase «morro com a pátria», justamente por que se finou em 1580? E, se temos, que fazemos com ele? Ou será um ícone mumificado?

Canábia é...

...a cerveja que contém, além dos ingredientes habituais, a essência do cânhamo (no Mercado Ferreira Borges, até hoje). Pode ser que apareça uma avioneta com ventilação forçada, ou aquele aventureiro que, com asas e dois foguetes às costas, há-de voltar a Caracas e sobrevoá-la a 300 Km/h durante 3 minutos, ou três horas, o tempo de uma cigarrada tântrica. Nessa altura cumprir-se-á a si mesmo, de novo, um que é português (sem maioria absoluta). Que se há-de fazer? Que se há-de dizer?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Quando até a vergonha se perde ... (II)

Desculpem lá isto ...
Foram só dois ou três cigarritos. Eu nem conhecia a Lei (que fui eu que fiz!).
Nem sabia que o desconhecimento da Lei pode ser uma boa desculpa.
Ah, já agora, fiquem a saber que estou tão arrependido que até vou deixar de fumar.


Onde chega o desplante!

terça-feira, 13 de maio de 2008

domingo, 11 de maio de 2008

Lendo O Primeiro de Janeiro (por menos que um café)

'(...). Sobre a política de Educação, e ex-ministra* da tutela referiu que as medidas tomadas por este Governo, «são rigorosamente aquelas que eu deixei em fase de adopção no ministério. Estão 13 anos atrasadas...»'.

* Manuela Ferreira Leite (PJ, oito de Maio de 2008, última página).

Com efeito, mais explícito e mais sério não se pode ser. Convém, contudo, pensar que a seriedade não é tudo, já que, por si só, nem move o mundo nem o transporta a patamares de desenvolvimento sustentado, pode até contorcê-lo mais do que já está e espatifar, sem querer, a frágil sombra da esperança que não morre nas gentes não afogadas, dentro ou fora dos partidos e dos sindicatos (já que ou não têm as quotas em dia, ou as pagam por atacado ou pura e simplesmente as ditas não são devidas).

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Interioridades de Veneza

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Veneza também passou por mim. Não registei o comum, antes o que está, sobretudo, nas ruas mais reservadas, com pouca (ou nenhuma) frequência turística.
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As Scuolas Religiosas, como a Scuola Grande di S. Rocco, que me atrevo a traduzir como sendo confrarias, foram-me apresentadas e explicadas.
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Das seis que dominaram o passado veneziano, a de S. Roque tornou-se a mais influente, por força da protecção que proporcionava - dizia-se - contra a peste, nos tempos em que este flagelo dizimou a cidade (com as condições de vida que caracterizavam esta urbe, não será difícil imaginar as proporções do desastre). Todos as Scuolas eram proprietárias de edifícios, que arrendavam aos interessados, e nos quais registavam, através de símbolos, os direitos que detinham.
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Veneza também tem algumas curiosidades, como acontece com esta frontaria que, não cabendo na parede, a rompe e invade o telhado. Deduzo que, tendo reparado tarde de mais que os projectos não correspondiam ao desejado, o arquitecto (ou engenheiro da Moderna?) resolveu o problema com alguma "criatividade".
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Aprendi, também, que os venezianos usam um dialecto próprio, que altera bastante a palavra (e a pronúncia) italiana. O mais conhecido termo de Veneza, em todo o mundo, é "ciao", que corresponde ao termo "schiavo", que significa escravo - um seu escravo, era a forma usada na despedida, lá como cá, mas os venezianos resolveram sincopar essa expressão da forma que todos sabemos (e que serve para um olá ou um adeus, conforme se chega ou se parte).
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Também a Praça de S. Marcos é a única praça, em Veneza. As dimensões mandam na designação, e o Campo é a praça menos ampla (como o Campo San Paolo), seguindo-se o campiello (provavelmente a nossa praceta), mais pequeno ainda, e outras designações do mesmo teor.
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Nos canais, uma rua (via) que seja paralela e acompanhe um canal chama-se "fondamenta", termo que os restantes italianos só conhecem se estudarem o assunto de forma mais aprofundada.
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Até em S. Marcos o pormenor foi o mais apreciado. Na Basílica, o facto de apenas a primeira decoração, em mosaico bizantino, ter sido construída nos primórdios do edifício (por volta de 1200), sendo os restantes muito posteriores, pode ser confirmado na própria imagem, que retrata a Basílica. Registe-se que se mantém, no essencial, o que está retratado, não tendo as posteriores alterado de forma marcante a estrutura e o aspecto.
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O caso dos cavalos de bronze, no alto da Basílica, também retratados na decoração atrás referida, que Napoleão "roubou" (como por cá, a pilhagem era a arte primeira dos invasores franceses), para já não falar da imposição na mudança de nome de muitos monumentos, podia ser só mais uma curiosidade partilhada por todos, mas a oportunidade permitiu perceber que, quanto aos cavalos, os venezianos também os "subtraíram", em Constantinopla, numa das vezes em que "por lá passaram". Como os Tretarcas, incrustado na parede, também tiveram proveniência similar ...
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O Doge, espécie de príncipe veneziano, vinha, regularmente, à varanda do seu Palácio Ducal (em S. Marcos), e discursava entre duas colunas de mármore rosa; no final, lançava algumas moedas ao povo (alguns soldi), para, dessa forma, demonstrar a sua "generosidade".
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Nos quatro cantos do Palácio Ducal, existem esculturas integradas nas esquinas que retratam temáticas bíblicas. O Julgamento do rei Salomão (conto que costumo usar, junto dos meus Alunos, para ajudar a perceber o conceito jurídico de equidade, ou seja, a justiça do caso concreto, que afasta a lei para possibilitar ao julgador uma decisão baseada na situação em apreço e na sua sabedoria, não no que está estabelecido nas regras) foi uma das mais interessantes.
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Termino com as pontes. Eram três, as mais importantes (pela dimensão e por serem as únicas que atravessam o Canal Grande, penso eu), agora acrescidas duma nova, obra de Calatrava (deduzo que seja aquela onde mais venta, se ele se mantiver fiel ao que costuma fazer), sendo a mais conhecida a de Rialto. Eu apreciei mais a da Academia, por ser de madeira e ter uma panorâmica deliciosa.
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A razão desta peculiar forma de ver Veneza assenta em duas pessoas que me fizeram o favor de serem meus amigos, e habitarem nesta espantosa cidade. Grazie Leonardo e Antonella (e Antonella e Fabrizzio, os seus consortes, que conheci e amei). Alla prossima.

sábado, 3 de maio de 2008

Low cost

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As viagens low cost permitem concretizar sonhos antigos. Um deles morava em mim, desde há muito. Chama-se Itália. E, para começar, nada como Florença. Um dos três locais corridos no passado fim-de-semana. Corrido, não apreciado. Isso fica para mais tarde.
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A Praça Miguel Ângelo, com uma panorâmica da cidade que corta o fôlego e abre o espanto
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A Catedral de Santa Maria del Fiore, num inconfundível estilo fiorentino (que acredito existir)
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A Basílica de Santa Croce
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O Palácio Vecchio, morada dos Medicci
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A galeria Degli Uffizi (com os, para algumas, tão sonhados carabinieri sempre presentes)
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O Palácio Pitti ou Palácio Novo dos Medici
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E a famosíssima Ponte Vecchio, com o peculiar e caro comércio do ouro (troppo soldi!)
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Por aqui fico - só com esta mostra monumental. Registem as esculturas, as pinturas, a ourivesaria, os gelados ...
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Antes... (e quicá depois) do Maio de 68 - lembras-te? Tens ouvido falar?


Onde estavas no Maio de 68? (parafraseando B.Bastos). Ou em 1967? Olha, eu tinha feito o 5º Ano do liceu, no Alexandre Herculano, e tive de ir à oral tanto à secção de letras como à de ciências, com 13 valores a cada uma (dispensava-se com treze e meio), com gravata e sapato como devia então ser, cinco de cada vez dentro da sala, um a ser interrogado por um júri e os outros à espera (só saiam quando o último acabasse). Isto é uma grande mentira: os exames só foram em Junho / Julho. Isto é uma grande verdade: Maio é 1968 todo ele.
Veio a libertação e alguns filhos daquela gente amargaram os excessos. As jovens que ainda o são, então não. Foi a catarse. Porquê? Para quê? Por nada. Para Nada. Como se quer.

quinta-feira, 1 de maio de 2008