segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Manuel Hermínio Monteiro

Natal, na província neva...

Ande-se por Portugal de norte a sul, nesta altura, e sentimos logo as marcas do Natal. Pequenos e grandes presépios. Cedros iluminados. Pais Natal de borracha. Ruas enfeitadas e milhares de luzinhas buliçosas e polícromas que nos piscam por detrás das vidraças. O presépio mais conhecido é o de Alenquer. A aldeia mais preparada a preceito é Sande, entre Lamego e a Régua, autodenominada «o presépio da Beira Alta». Nas terras do Norte juntam, ao sabor dominante do bacalhau, o polvo. Come-se por todo o lado filhós, sonhos e rabanadas. (...).

(...). As raparigas organizam a sua festa no princípio do ano, pelos Reis ou pelo São Sebastião. Saem então para o campo para comer um bolo fabricado especialmente para esta ocasião a que chamam o rei. Diz o povo que «saem ao campo para comer o rei».

Monteiro, M. H. (2004). Urzes. Lisboa: O Independente

domingo, 30 de dezembro de 2007

sábado, 29 de dezembro de 2007

Dom Quixote

Ouçam o grande baixo búlgaro Nicolai Ghiaurov (10 minutos)

José Fernando Dias da Silva

«A ideia de que somos livres funda-se no suposto de que, ao decidir, decidimos por vontade livre ainda que condicionados por factores (d)e ordem interna e/ou externa. Embora integrados na Natureza, distanciamo-nos dela, ao contrário, aliás, do que sucede com as demais criaturas que, limitadas ao equipamento genético, não se distinguem do mundo que é o seu. Enquanto o animal é uma sinfonia completa, o Homem é uma sinfonia incompleta: faz-se, humaniza-se, diviniza-se.

Neste processo entronca o mistério da Fé que, enquanto dom de Deus, merece uma resposta livre e séria de quem é concedido. O crente é aquele que vence a dúvida e, se acredita, está certo em acreditar. Porque optou pelo credo, faz dele o paradigma da vida pessoal e intersubjectiva. A questão maior reside em saber se a Fé se pode inserir na racionalidade e perceber o que acontece à razão quando se enquadra a Fé.

A experiência religiosa assemelha-se à experiência estética: a fusão do sensível e do inteligível. Para os cristãos, tornar-se humano é a vocação do próprio Deus: o Deus humanado (sic), para reunir todos os homens de boa vontade. Se o encontro com o Ressuscitado é o desencontro com os ditames da «razão» a integração de Deus no horizonte da história é escândalo da eternidade que se faz humana. Isso é o Natal! ».



Estes são fragmentos (de texto) que o Zé Fernando publicou em O Forjanense, em Dezembro de 2003; em Maio seguinte viria a deixar este mundo, já sem ter a oportunidade de assistir à festa que foi o Euro 2004. Sabemos nós lá se ele agora estará em festa (noutra dimensão, evidentemente). Que assim possa ser. Neste Natal. Neste fim de Ano de 2007.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

duetos de sempre

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Stephen Micus

descritores

Estou a exprimir-me em cru, depois do bacalhau e do polvo - o que sobrou foi, hoje, em filetes, partido a meio, longitudinalmente, acompanhado não de batata mas de arroz (não esquecer que foi, é o arroz uma coisa boa, que os indonésios levaram para Timor Leste, nos anos da ocupação). Antropologicamente, o cru e o cozido. Bem cosido, suturado, pronto para «outra senhora» - chegamos a isto; a isto, então, chegados, que fazer?

Posso colocar o pê, tirá-lo, sugerir o parêntesis: é léxico que vai entrar à martelada (o pê não está mal, uta, ita, Ota, oh, como o automatismo mudou logo para maiúscula ao chegar ao ó) – descritor – que descreve,

e ponho-me a pensar:

a) Nas actas das reuniões em que se «dão as notas» - ou vamos acabar com isso?
b) Nas conversas informais, realistas, sobre o ambiente-aula – ou temos de acabar com isso?
c) No corte na casaca aos (dos) chefes, para não dizer aos e às que a nosso lado exibem grandezas e misérias – ou isso termina?
d) Na vontade férrea de dar um murro-pedagógico no móvel inventariado – ou a mobília é fraca, pronta a auto de abate, até já mesmo o dispensando?
e) No ter de querer agradar, que ninguém se destina a desfavorecer-se a si próprio, na Cartuxa encartuchada – pimba, mudou para maiúscula.

Olha: dá-me a chave do loto, para me ir embora, a seguir a outro e outra – vão mudar o hino e a bandeira.

Será? Ser? - a, e, i, o, u - ahahahahahahah... ... ... Francamente, pá.

domingo, 23 de dezembro de 2007

burca

A agenda da educação é, para alguns – poucos, mas com poder – o apanhar das migalhas que, remetendo o vector principal para a condição de alfarrábio inusitado, para não dizer para a saca dos farrapos que dão sempre jeito, que mais não seja para a fuligem da chaminé destes dias, mais não dão do que a ponta do icebergue, que é como quem diz: contentai-vos, pobres diabos, que nem estrangeirados sois.
Então não é que vem aí outra puta de outra reforma que, ao colocar os bons, afamados e participativos pais das nossas escolas no poder da assembleia de escola (que anda constituinte há uma década), ou talvez os grandes autarcas das centenas de centelhas de belo poder pedagógico local, alguns que já não são putos nenhuns nas lides da caça ao voto e da grande azáfama cacique, mais não faz do que retirar campo de identidade a uma classe profissional que, emborcando constantemente com as fura-greves maridas de médicos, acrescidas dos nobres lutadores que desistiram, mais os que andam sempre à procura e não encontram, os velhotes, pequenotes e gordotes e as que ao espelho dizem: só tenho estômago para me alimentar, não para exibir; uma classe que foi perdendo carisma, que não se veste à altura das suas responsabilidades (o que, na sociedade da imagem, é letal). Chegados a isto, tanto trabalho para nada, tanto lazer para nada. Certo, Salgueiro Maia não foi professor ( a não ser na escola do exército) e os que escrevem as belas páginas da história e das letras lusas são, as mais das vezes, desempregados do Estado. Talvez por isso o enigmático autarca de Vila Nova da Rabona queira dar cabo do que resta em seis meses. Vistas bem as coisas, só temos de exclamar bem alto: O PEDIATRA-MOR AO PODER, DE UMA VEZ POR TODAS. SE É PARA ARRASAR, ENTÃO VENHA O CAMARTELO que, ao passar a linha férrea para as praias do sul, demonstrou que há pequenas utopias em que loucos se enobrecem e regeneram a saúde dos vizinhos pobres de ricos e falhos de elite, desde logo por que a fruta fora do tempo, como todos andamos de olhos bem abertos, já não sai com facilidade.

RABANADAS, PÃO ESCONDIDO E BACALHOADA A VINTE E QUATRO; DAS COUVES, SÓ MESMO OS TOROS. AZEITE. BATATA COZIDA. NADA DE SOPA. Dois dentes de alho. Arroz doce. Vinho de vinte anos (vintage não, por favor, é muito diferente). Alecrim do branco, em box.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Que grande estucha

Esta e aquela gentes não têm emenda (é o norte do mundo, e não parece): quem queira fazer pedagogia a partir do grande tratado ora assinado em Lisboa, há-de vestir a pele de um pobrezinho. Até aqui ainda vou:

- altera-se o tratado fundador, isto é, não se revoga;

- o documento é assinado por uma alteza (Luxemburgo), por um governo de um reino (Suécia), por xis majestades e n presidentes de república;

- as alterações, do tipo horizontal e específico, reportam-se ao preâmbulo, aos princípios, à política interna e à externa, ao modo de funcionamento das instituições, à segurança e à defesa, nomeadamente enquanto deduzidas a partir da política externa.

Sobram perto de trezentas páginas de produto de gabinete(s) de administração, de uma laicidade muito pobre e de uma sacralidade diabólica, remetendo para as calendas o valor que, no eixo positivo, se eleva, a partir da tragédia que a Europa fez o favor de representar no areópago das nações , das tribos, dos povos, desde que a história está escrita.

Não durmas com o rei, na cama da rainha; não vás às cavalitas do (sic) alteza, do governo brilhante ou do presidente eleito por nós, em geral: como todos são gente comprometida, cabe-te seres livre para sempre, ainda que seja nas costas de um (por-ventura) tatuado. Não fugirás a quem , deveras, te enfeitice.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Gestão e Administração Escolar

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Depois da Sra. Ministra o ter anunciado, aos Presidentes dos Conselhos Executivos em reunião recente, ocorrida em Guimarães, eis que o governo, através do Primeiro Ministro, faz o público anúncio da mudança e dos princípios que a orientarão, na gestão das Escolas Públicas.
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3 aspectos serão marcantes (segundo a tutela): o reforço da autonomia, a maior participação da comunidade na gestão e a reserva do cargo de Director (na nova forma de designação para o cargo de principal responsável pelas Escolas) para um Professor.
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Não é nada que não se esperasse. Até será algo comedido, face ao que podia (e se dizia ir) acontecer.
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Há, no entanto, pequenos pormenores (ou pormaiores, como dizia o saudoso Professor José Fernando Silva) que merecem uma apreciação mais cuidada.
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Desde logo, a comunicação prévia aos Conselhos Executivos (CE), com direito a participação em discussão, embora muito limitada. Não deixa de ser coerente. A Ministra tem, nos CE, aliados importantes em tudo o que vem concretizando na Educação, a este nível (Básico e Secundário). Eu sei, sou um deles.
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Depois, a questão da autonomia. É, na minha opinião, um "flop", quiçá uma falácia. A autonomia significa, também, reforço financeiro e liberdade de gestão destes (e de outros) meios. Não há, para já, sinais que a vontade aponte nesse sentido. Nem falo, sequer, da componente pedagógica. Uma tutela que define, através da lei, a percentagem que cabe a componentes da avaliação (30% para a experimental, nas Ciências, e 25% ou 30% para a oralidade, nas Línguas), não está disposta a ceder poder nenhum, por muito que afirme o contrário. Este tipo de decisões não pode ser imposto superiormente. Quando assim acontece, só demonstra a falta de confiança que tem na acção dos organismos locais.
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O alargamento da participação da comunidade tem duas vertentes: pretende o governo entregar responsabilidades às autarquias (mais uma vez, sem o reforço financeiro necessário, por isso recusadas por estas. Dizer, como faz o Ministério, que este processo não avança porque as autarquias querem assumir poderes que cabem às Escolas, é desculpa de mau pagador - e é isto mesmo que interessa, o que não se paga);
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E pretende que, na gestão em concreto, no desempenho das funções da gestão, outros, que não os Professores, participem activamente.
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Devo dizer que não é surpreendente o que se pretende nem muito preocupante, à partida. Não fora as Associações de Pais serem eleitas por 20 ou 20 Pais, nas Assembleias Eleitorais, não fora apenas uma pequena parcela de Pais comparecer na Escola quando chamados (sobretudo nas Secundárias), não fora poucos responderem presente quando a Escola abre as sua portas (mesmo em eventos festivos, em Magustos ou Ceias de Natal, em Saraus ou Festas de Finalistas).
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Posso mesmo afirmar que as próprias autarquias não andam longe desta forma de agir. Estou há ano e meio na gestão duma pequena Escola situada no Grande Porto e o Presidente da Junta, com assento na Assebleia de Escola, nunca compareceu às reuniões. E já se conta cerca de uma dezena delas! Ainda assim, outras pessoas com outras visões e competências são sempre bem vindas à gestão.
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Mas é na figura do Director que a coisa se complica, na minha opinião. Um Conselho Geral escolhe-o, sem que os Professores tenham posição dominante. É bom, que isto de gerir não significa, apenas, concretizar a visão (técnica e parcial) dos profissionais do Ensino. Tem que ser bom. A minha entrada em funções, na Escola onde trabalho, resultou, numa primeira fase, da escolha da Assembleia de Escola, onde os Professores são 4 em 10 membros. Entre vários candidatos, foi escolhido um, em função (espero eu que assim tenha sido!) da qualidade da candidatura. Isso não fez mal nenhum à instituição que, quando chamada a decidir nos moldes tradicionais (comunidade escolar a eleger o Conselho Executivo para um mandato de 3 anos), confirmou aquela primeira decisão. Ou seja, o que se quer fazer, já se vai fazendo, e resulta.
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O que perturba são as pequenas alterações, apenas sussurradas. O Director candidata-se sozinho ... e depois tem escolher a sua equipa na Escola ou na comunidade onde ela está integrada? Não, não, isso é uma limitação e não é nada benigna. Só quem não sabe o que é trabalho de equipa pode defendê-la. Trabalhar com quem não se conhece, com quem "tem que ser", como acontece hoje nos Agrupamentos, é redutor. E faz mal à gestão. Nos Agrupamentos, a equipa tem que ter um Professor do pré-escolar, um do 1º ciclo, 1 do 2º ciclo ... na prática, muitas vezes, isto conduz a uma equipa que "tem que ser", e que não funciona como tal - e isso produz demasiadas "condições adversas"!
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Limitem doutra forma - mas deixem as equipas formarem-se com liberdade, para que trabalhem como devem trabalhar. Que sejam funcionários públicos, ou dos quadros, ou das autarquias, mas não só de alguns destes! Estas coisinhas não são inócuas, não são nada inócuas!
A não ser que se pretenda recuperar a figura do Reitor, se não na designação (pela tutela), pelo menos nos poderes. Ora, o que se vai fazendo, desde 74, mostra que a colegialidade é um sistema com mais virtualidades que desvantagens. Assim sendo, não é, também, nada inócua a mudança. Nem muito compreensível.
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A carreira ter duas categorias hirárquicas foi uma decisão cretina (assim mesmo, com todas as letras). Por desnecessária. Por redutora nos efeitos. Por perturbadora do clima de Escola. Por não criar nada, antes ferir (ou matar) virtualidades relacionais. Pelas mesmas razões, se estamos a recuperar o Reitor, a decisão tem qualificação idêntica. Pelo menos, na minha opinião.
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Para terminar, que isto já vai longo. A gestão democrática das Escolas, sem meios, sem poderes, sem segurança, produziu instituições estáveis, funcionais e saudáveis (sobretudo no cumprimento das regras e financeiramente). A componente pedagógica não funcionou muito bem porque não era (e não é, ainda) gerível. A gestão pouco pode fazer, nesse campo. O Director, sendo Professor, vai continuar a manter a salubridade do sistema. Mas se isto é o abrir de portas para os gestores profissionais avançarem, daqui a uns tempos, preparem-se para notícias muito parecidas com as dos hospitais-empresas que foram publicadas recentemente.
E, depois, não digam que não avisei ...
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domingo, 9 de dezembro de 2007

Insistir, insistir

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Não sei se o JN tem uma política de abertura ou de restrição à reprodução dos seus artigos.
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Duvido que a Autora tenha a segunda.
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Quero crer que me perdoa.
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Retirado do JN Electrónico, hoje, 10 de Dezembro de 2007, pelas 00h00
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Se repetirmos muitas vezes uma ideia, pode ser que ela se instale. E se formos muitos a dizê-lo ...
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Violência nas escolas
Alice Vieira, Escritora
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Li num jornal que a senhora ministra da Educação está contente. E, quando os nossos governantes estão contentes, é como se um sol raiasse nas nossas vidas.
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E está contente porque, segundo afirmou, a violência nas escolas portuguesas, afinal, não existe.
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Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam a vingar nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam agora. Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu, anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas gostam de ver em qualquer telejornal.
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Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros, naifadas e o mais que houver.
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Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela calada, mais insidiosa.
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Uma violência mais "normal". E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da violência.
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Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados…) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si…", isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado tarde…)
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Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada". Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer dia - querem lá ver? - até fumam…
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Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios incompreendidos.
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Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.
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Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério.
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E então em estilo filme americano.Com tiros, naifadas e o mais que houver.
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Alice Vieira escreve no JN, quinzenalmente, aos domingos
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Atenção! Não creio que esta violência justifique a intervenção do Senhor Procurador da República - nisso estou ao lado da Ministra. Mas justificará a intervenção da responsável pela Educação no país. Não da forma como o tem feito, é claro. Não sei porquê, sinto arrepios ao pensar no conteúdo do novo Estatuto do Aluno. Espero não ficar com febre, quando o vir publicado. Porque decidi não me antecipar, nem sequer imagino como vai ser ... digo eu!
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como é?

Melodia por nós todos

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Se a gente ainda tivesse os mares...


... iria por aí fora com carregamentos de bolo-rei do grande Porto matar a fome, depois do bacalhau respectivo, a vários continentes em que civis falam português. Porém, do jovem ás dos submarinos (contraditado fortemente, neste Dezembro07, por um fundador do seu (seu-mesmo) partido, de Vila Nova da Rabona, a ave-mulher do gaio)ao menos jovem que não ostenta o apelido (vá-se lá saber porquê), ao ainda homem cuja bela e esbelta mulher de casamento alçou com nome de peixe e poema do falecido marido da também bela Teresa Patrício Gouveia, enfim, desde a nata e a espuma ora alva ora menos alva até aos que no estado-maior estão sentados à varanda, desde aí, se não inclina a nação para o que havia de importar - a não ser para os factos que levaram o conselheiro e muito-amigo de D. Leonor(a) a ser deitado pela janela, já morto pela soldadesca (a frio, francamente) do dito mestre; e para os factos que levaram a nova investida de Castela, com alguns filhos-família portugueses a quererem voltar ao antigo.
E agora pergunto eu: o antigo foi sempre bem destruído ou, pelo contrário, continua a perseguir-nos, colectivamente, a ponto de um prémio Nobel nosso lançar cá para fora a hipótese de se ir em frente pela margem que nunca quisémos trilhar: o aprofundamento de boas relações com o resto da península e com o norte de África, como que fazendo o esconjuro do que se passou nos séculos XV e XVI - eis uma hipótese de lição (da história9 que não vem nos manuais do sase, ou iase, ou lá o que é, nem nos outros.
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(a imagem acima foi picada da net).