quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Retomar costumes

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Alguns assuntos leves, para recomeçar.
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Recebi um telefonema dos responsáveis pelas Novas Oportunidades. Respondendo ao que eu havia questionado por correio electrónico, disseram-me que, em Setembro, as Escolas iriam receber os códigos de validação para os Professores e para os Alunos. Só aí se irá iniciar o processo de aquisição, a preços módicos, dos computadores portáteis.
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Uma informação mais me foi dada - no caso do Professor ter um filho a iniciar o 10º ano, só podem adquirir uma máquina. Parece que os portáteis não são para sair de casa. Ou os Professores pais e os seus filhos, que vão frequentar o 10º ano, vão poder ficar em casa todo o dia, assim usufruindo, ambos, do computador. Esta gente tem cada uma!
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Ouvi hoje que, a partir de agora, haverá crédito para os estudos superiores, a juros bonificados e sem garantias. Quanto melhores forem os resultados, mais baixo o juro. Dizia o nosso "primeiro" que esta medida procura contribuir para evitar que problemas económicos impeçam a formação superior. Mais disseram que só Portugal, na União Europeia, não tinha uma linha de crédito deste tipo.
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Duas questões: como é possível Portugal ser o último país da UE a criar esta medida?? Logo nós, que temos uma população com tão pouca formação académica do nível mais elevado ...
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E porque diabo a primeira reacção que surge é o medo da medida implicar aumento nas propinas? Somos nós que temos a mania de inventar e precipitar os problemas, ou há gente que não consegue esconder as segundas (terceiras, quartas) intenções?
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Para terminar, futebol. Fernando Santos, o engenheiro do penta, saiu do Benfica. Como saiu do Sporting. Como (não) saiu do Porto. Rápida e discretamente. Sem ganhar (quase) nada. No entanto, consegue ser um dos poucos, se não mesmo o único, treindor português a treinar os três grandes clubes. Quem disse que é preciso talento para se ter sucesso? Há, de certeza, (muitos) outros factores.
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Posted in assedio.blogspot.com/2007_01_01_archive.html (não vá acontecer-me o mesmo que ao meu Presidente ... mas ele esperava o quê????)

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domingo, 5 de agosto de 2007

A formação e a avaliação dos Professores

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A Formação é contínua. A Formação Pessoal realiza-se ao longo da vida. A Formação Docente é intelectualmente mais exigente.
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São três afirmações interligadas e inseparáveis, se se considerar que se destinam aos Professores. Serão pacíficas, para todos.
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A motivação tem origens intrínsecas e exteriores ao indivíduo. As motivações intrínsecas registam níveis/graus correspondentes ao nível de formação do indivíduo. Os Docentes devem registar níveis ou graus elevados de motivação intrínseca. Na carreira dos Docentes estão contidos os mais relevantes factores exteriores de motivação.
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Poderá não ser tão pacífica, esta visão, mas é, no mínimo, aceitável.
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A Formação de Professores acontecer por decreto, por imposição legal, é uma realidade estranha. Por isso, a questão fundamental: é necessário impor, legalmente, Formação aos Docentes?
Sem estudos científicos a suportar a resposta, apenas com a sensibilidade e experiência de quem se movimenta nesse mundo há duas dezenas de anos, direi que sim, é absolutamente necessário. Porque uma parte significativa (que não tem que ser maioritária) dos Professores, se tivesse livre arbítrio nesta questão, acomodava-se à formação básica e assim continuaria.
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A imposição legal reduz a Formação obrigatória à área científica do indivíduo e às necessidades registadas pela Escola onde desempenha funções. A formação de cariz pessoal, de desenvolvimento pessoal, não está contida neste âmbito compulsivo. Mais: para ligar a Formação à carreira, no período avaliativo, o Docente tem que fazer formação nas duas áreas. Isto é correcto?
Com as mesmas condicionantes da anterior, a resposta é, aqui, negativa. A Formação pessoal é tão relevante quanto a restante. A relação pedagógica vive desta e é tão (ou mais) importante nas aprendizagens quanto as outras formações. E estas não podem (devem) ser impostas na sua natureza: há quem precise de formação científica para melhorar, devendo apostar só nela, e há quem deva responder só às necessidades da Escola. Deveriam ser estes agentes - Professores e Escola - a decidir qual a mais premente, em cada momento (avaliativo). Para ter a possibilidade de receber motivação externa (progredir na carreira), o Docente não deveria estar sujeito a Formações que nada lhe dizem ou não são relevantes para a instituição onde trabalha. Ou seja, como está previsto, uma motivação (intrínseca) pode ter que ser afastada para se aceder à motivação exterior. Isto é, na prática, um disparate.
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Idêntica asneira está na imposição de quotas para acesso aos níveis superiores da carreira. Criar novas exigências para esse desiderato, ser excepcionalmente exigente, só promover quem atingisse, nestas condições, níveis qualitativos de excelência, níveis esses confirmados por pares ou por outros, seria uma solução bem mais adequada – mantinha os níveis de motivação exterior elevados.
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Mas este aspecto da questão parecer ser chão que já deu uvas.
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Férias, aí vamos nós. Voltamos já, já.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Contra a pequenês e em nome dos que desanimam da pedagogia

Cantará um galo no Castelo de Faria se...

...as cartas ao poder ou ao contra-poder passarem por aqui:

- abertura de concurso para que os doutorados e pós-doutorados assumam um papel científico-pedagógico (com prioridade para o primeiro tramo), que se há-de traduzir na elaboração de relatórios não laudativos (o país tem caminho a arrepiar, a juventude não se cansa e a auto-estima está na média) em torno da actividade das escolas em que deveras assentem pé todo o ano, integrando os seus quadros e sujeitando-se a exposição pública.

- admissão alargada de reclamações e exposições, por parte de quem se sente injustiçado, para além do Agosto habitual de férias, dando provimento a milhares dos catalogados – nossa senhora, ao fim de três décadas de ensino, muitos deles – de «NÃO PROVIDO».

- abertura de um período de aposentações antecipadas sem aquela penalização que leve mais de vinte e cinco por cento dos direitos supostamente adquiridos por se terem meia dúzia de anos a menos na conta sinistra derivada das regras mudadas de supetão (o ser assim para todos é uma afirmação pobrezinha).

- fim da descaracterização funcional que tem permitido, a alguns conselhos executivos, coagirem docentes especializados num ramo do saber e num determinado ciclo de ensino, tomando-se literalmente conta de crianças fora do recinto escolar habitual e de uma forma abstrusa por que impiedosa e desastradamente polivalente (a história recente dos agrupamentos permite leituras enviesadas e anti-pedagócias, se o fulano ou fulana que tem as galonas naquele momento assim o entender).

- culto da humildade esclarecida pelos contributos não apenas dos pares mas também dos subordinados e de outros.