sábado, 16 de junho de 2007

Perspectivas

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O assunto não é novo mas merece ser (re)visitado.
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O Ministério da Educação (ME), em relatório destinado a isso mesmo, compara os resultados dos exames de 9º ano a Língua Portuguesa e a Matemática, dos anos lectivos 2004/05 e 2005/06, que registam melhorias pouco significativas à segunda (algumas décimas percentuais) e resultados claramente piores à lingua materna (de 33% de resultados negativos para cerca de 66%).
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A páginas tantas referem os autores, procurando explicar os resultados, que na Matemática a melhoria decorre directamente das medidas promovidas e aplicadas pelo ME, nomeadamente o acompanhamento feito, a formação dirigida aos Professores da área e as medidas concretas que daí decorreram.
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Já quanto à acentuada pioria (termo tramado!) dos resultados a Língua Portuguesa, dizem os "relatores":
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Tal situação pode estar associada a determinada confiança no processo de ensino e de aprendizagem da Língua Portuguesa, ao longo do ano lectivo de 2005/2006, confiança essa decorrente dos resultados obtidos em 2005.
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Ou seja, para aqueles que estão menos atentos - a melhoria de Matemática é da responsabilidade do ME; já os maus resultados a Língua Portuguesa são culpa dos Professores (e serão um bocadinho dos Alunos), que adormeceram sobre os bons resultados de 2004/05!
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Não se diz que a única variável que mudou, neste caso, foi o próprio exame; não se analisa criticamente esta variável, quer quanto ao primeiro, que "produziu" bons resultados, quer quanto ao segundo, que implicou um verdadeiro "descalabro"!
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Não se afirma, no relatório, que é muito difícil (impossível mesmo) que os Alunos provenham, no segundo momento, de uma geração muito fraca nas competências; porque é impossível, também se não diz que as condições de trabalho pioraram muito! Então porque demónio se "sugere" que foram os Professores que, dum ano para o outro, deixaram de ser bons profissionais, porque diabo se insinua que mudaram tanto assim??
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Convém não calar esta forma de estar e de explicar fracassos. Esta desonestidade intelectual. Este inadmissível sacudir das responsabilidades. Repetir, repetir, repetir até que ouçam.
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Os políticos, os responsáveis pelos Ministérios, quando dão explicações deste tipo, NÃO SÃO HONESTOS!
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NÃO SÃO HONESTOS!
NÃO SÃO HONESTOS!
NÃO SÃO HONESTOS!
NÃO SÃO HONESTOS!
NÃO SÃO HONESTOS!
NÃO SÃO HONESTOS!
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Disse, por hoje. E se fui comedido, peço desculpa. Não era minha intenção.
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