sábado, 24 de novembro de 2007

Grande Jacques (1470-1525)

Professores avaliam professores. Não podia ser de outra maneira. Não são os carpinteiros que vão dizer que os serralheiros são bons no ofício, se merecem o que ganham. É a entidade patronal?
Todavia – helas - podem ser os clientes que sabem (sem saberem) se a obra ficou bem feita, se o rendimento é bom, se o serviço não é caro, se está para durar (aí, a qualidade, ou falta dela, estende-se à entidade patronal).
Aliás, até os vizinhos se podem pronunciar (se incomodados ou vendo, de algum modo, o seu campo invadido).
De certa forma, o médico é avaliado pelos doentes, pelas famílias (do médico, se ele passa muito tempo a namorar dizendo que vai para a urgência; dos pacientes, se a intervenção se traduz em bons ganhos).
Também o agente funerário é sinteticamente avaliado (agora não sei, que andam aí os espanhóis a tomar conta do sector, colocando à cabeça o título de lojas, na vez de agências, o que é desagradável, pois nós, os mortos, já estávamos habituados), palavra a palavra (principalmente pelas que não disser), gesto a gesto (que o silêncio impera).
Até quem vende o corpo, de modo honrado ou ignóbil (depende do ponto de vista) é avaliado(a), quanto mais não seja por si próprio(a) (todos os dia vai a um escaninho da alma e diz de si para si: ainda sou eu?).
De maneiras que avaliar é o que se faz por aí sem parar, a palavra gastou-se de medíocre usança: do figurino mediocratas ainda nobre (limitação e equiparação de «chãos de horta»), passando por paus, cordas e pedras enquanto instrumentos de medida e marcos, ao golpe de mirada concisa, de tudo um pouco se foi fazendo constructo.
Ilustremos o que nos espera:

- Pá, quando acabarmos de almoçar, amanhã, caluda, vais ser avaliado (a).
- O. K. (zero killed), assim é, assim farei.

(no dia seguinte)

- V. Ex.cia está a submeter-se a uma prova que assenta em critérios previamente definidos e difundidos pelos interessados: deseja continuar?

(Nota do escriba: a resposta pode, naturalmente, ser sim ou não – todavia, a balança tende a 99 % para o lado do sim).

Produzir-se-ão três escalões, sendo o de baixo equivalente ao velho dez; ao suficiente corresponderá o bom ou o muito bom. Mais: se a escala for BOM, BOM COM DISTINÇÃO e MUITO BOM, como tem sido a prática no ensino superior, então, face à à «lei do funil», veremos muito distinto docente a marcar passo, ou melhor, a fazer o que sempre mais ou menos fez (é que não se fala em cátedras, mas em aperto, estrito senso).

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Messieurs, vous plaît-il d'ouïr
l'air du fameux La Palisse,
Il pourra vous réjouir
pourvu qu'il vous divertisse.
La Palisse eut peu de biens
pour soutenir sa naissance,
Mais il ne manqua de rien
tant qu'il fut dans l'abondance.
Il voyageait volontiers,
courant par tout le royaume,
Quand il était à Poitiers,
il n'était pas à Vendôme!
Il se plaisait en bateau
et, soit en paix soit en guerre,
Il allait toujours par eau
quand il n'allait pas par terre.
Il buvait tous les matins
du vin tiré de la tonne,
Pour manger chez les voisins
il s'y rendait en personne.
Il voulait aux bons repas
des mets exquis et forts tendres
Et faisait son mardi gras
toujours la veille des cendres.
Il brillait comme un soleil,
sa chevelure était blonde,
Il n'eût pas eu son pareil,
s'il eût été seul au monde.
Il eut des talents divers,
même on assure une chose:
Quand il écrivait en vers,
il n'écrivait pas en prose.
Il fut, à la vérité,
un danseur assez vulgaire,
Mais il n'eût pas mal chanté
s'il avait voulu se taire.
On raconte que jamais
il ne pouvait se résoudre
À charger ses pistolets
quand il n'avait pas de poudre.
Monsieur d'la Palisse est mort,
il est mort devant Pavie,
Un quart d'heure avant sa mort,
il était encore en vie.
Il fut par un triste sort
blessé d'une main cruelle,
On croit, puisqu'il en est mort,
que la plaie était mortelle.
Regretté de ses soldats,
il mourut digne d'envie,
Et le jour de son trépas
fut le dernier de sa vie.
Il mourut le vendredi,
le dernier jour de son âge,
S'il fût mort le samedi,
il eût vécu davantage.

Gentlemen, hear if you please
the song of famous La Palisse,
You may indeed enjoy it
as long as you find it fun.
La Palisse didn't have the means
to pay for his own birth,
But he did not lack anything
once his riches were plenty.
He was quite fond of travel,
going all over the kingdom,
When he was in Poitiers
You would not find him in Vendôme!
He enjoyed a boat ride
and, whether in peace or in war,
He would always go by water
when he didn't go by land.
He drank every morning
some wine from a barrel,
For eating at his neighbors
he would always go in person.
He preferred at good meals
his dishes to be tasty and tender
And always celebrated Shrove Tuesday
on the eve of Ash Wednesday.
He shone like a sun,
his hair was blonde,
He would have had no equals
had he been the only one.
He had diverse talents,
some even claimed this:
Whenever he wrote in verse,
he did not write in prose.
He was, to tell the truth
a rather mediocre dancer,
But he would not have sung so badly
if he had chosen to shut up.
They tell that he would never
have taken the decision
of loading his two pistols
when he had no ammunition.
Monsieur d'la Palisse is dead,
he died before Pavia,
A quarter hour before his death,
he was still quite alive.
He was by sorry fate
wounded by a cruel hand
Since he died of it, we fear
that the wound was a mortal one.
Lamented by his soldiers,
his death is to be envied,
And the day of his passing away
was the last day of his life.
He died on a Friday,
the last day of his age,
Had he died on the Saturday,
he would have lived longer.

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