quarta-feira, 28 de novembro de 2007

executive digest

Foi Fayol (1841 – 1925) que colocou a gestão no centro das atenções. Se Taylor castrava, de certo modo, o trabalhador, Fayol, ao identificar seis grupos de actividades – técnicas, comerciais, financeiras, de segurança, de contabilidade e de gestão – abre para camadas em que a emoção pode preencher espaço, sendo que «gerir é prever e planear, organizar, dar ordens, coordenar e controlar» (e gerir estende-se por aquelas áreas).

Para Drucker (nasce em 1909) - que acentua a ideia de privatização e é ultrapassado nisso, rapidamente, pelos executores dessa ideia - o trabalhador qualificado é o que atinge o ponto em que reconhece que depende da empresa mas também que esta depende dele. Isto, só por si, deveria levar o sistema (capitalista) a mudar de vida, ou pelo menos de maneiras.

A FedEx inicia a actividade em 1971 (como este escriba) sob o lema da garantia da distribuição durante a noite ( serviço de transporte aéreo). O seu fundador, o ex-marine que no Vietname combateu pelo sul-ido-do-norte, pretende fazer algo de bom pelo mundo e por si, «depois de ter feito tantas asneiras na vida». Confiança com um sorriso no rosto, diz esse que já viu a morte.

A HBS (Harvard Business School) foi fundada em 1908 (ano do regicídio em Lisboa) e é a primeira marca em escolas de negócios no mundo, já que as três letrinhas associadas a outras três – MBA – acrescentaram, durante muito tempo, um zero à direita na folha de vencimentos de quem por lá passou, mesmo que Drucker vá dizer que nessa escola se combina «o pior da arrogância académica alemã com os piores hábitos seminaristas religiosos americanos».

Nas cervejas há nomes sonantes que, todavia, tiveram de alterar sabores para satisfazer públicos mais alargados, como foi o caso da holandesa heineken para se ver entrar nos pubs ingleses (o caso interessante da melhor cerveja portuguesa, a Tagus, anda agora na berra com o aceno ao público hetero, ao que chegamos).

O debate sobre o conceito de estratégia ganha novo fôlego em Competing for the Future, de Hamel e Prahalad. Partindo do reconhecimento de coletes de forças estreitos e limitadores em que o tema se vem enredando, estes autores sugerem o termo strategizing, remetendo para o equacionamento das pré-condições e exigindo competências nucleares (core competencies) que se hão-de ter de sujeitar, NOS TEMPOS QUE CORREM, a duas fronteiras: a dos arqui-racionalistas que acenam permanentemente com dados e a dos que advogam o prosperar no caos em permanente festa.

(um parêntesis: em Silicon Valley há cem fracassos para cada êxito, o que é muito bom, em investigação, e muito mau em rotinas instrucionistas, diga-se).

Enfim, para os autores do Competing for the Future há, ainda:

- a obsessão empresarial pela anorexia (downsizing);
- as maneiras estúpidas de crescer, assim como de diminuir;
- a vitalidade inflamada por crises;
- o repensar não apenas dos conteúdos mas também dos processos.
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Das Citações de Gestão retiro uma só, da página 196, alterando-lhe ligeiramente a forma, mas não o conteúdo:

Se os seus sonhos se pulverizam, então comece por ter à mão não uma pessoa mas tão só um aspirador._
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(agora, no Natal de 2007, enquanto se espera).

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