sexta-feira, 16 de novembro de 2007

especial zero

Enquanto não aqueço as baterias para o de B a G, e estando em Guimarães-Jazz, por assim dizer, depois de um borliu com a big band doa Ismae (não é da Maia), à espera das vinte e duas, lembro-me deste tema, com razão concreta o faço, não minha (o que é meu, dize-mo caixotinho de (en)comendador(a)?), mas de um espaço e de um tempo que me é dado, quatro-partes-de-dia-por-semana, as horas mandadas e mais o caminho, as distracções e os arrastamentos.

Há um propósito e uma conjugação de boas vontades no sentidos de colocar os meninos e as meninas que apresentam ou falhas e lentidões notórios, ou algum neurónio mal acomodado ou acomodado mesmo muito, ia dizendo, há a ideia, que vigora há décadas, de integração com base na igualdade de oportunidades e também, para alguns mais minoritários, o efeito colateral de activar uma espécie de abrir a tolerância dos «meninos-mamã-brancos», por assim dizer, rompendo o mito do estereótipo, do classe média que há-de ir para medicina (o pai e o avô ingressaram com 10 ou 11, numa escala de zero a vinte, e fizeram car(r)(t)eira, mas ele, o «branco-net(o)», terá de se alçar ao dezoito e meio, na mesma escala. E tudo isto a propósito de ensino especial.
Proponho, então, para o futuro:

A) Um ensino especial para as elites (gente que revela muito cedo qualidades - natas, inatas e constructas – para a música (já-que-aqui-estou, por exemplo uma Susana Silva), para a técnica e a arte da medicina, da arquitectura, da engenharia, da economia, enfim, da política e do futebol.

B) Um ensino especial para os que, à partida, se hão-de inclinar para trabalhos por conta própria: gente filha de padrinhos e, por outro lado gente bastarda, isto é, gente que dificilmente brilhará na passerelle (a menos que o conceito de beleza venha, um dia, a ser democratizado, o que a maior parte de nós não deseja)

C)Um ensino «normal» para muitos dos outros (haverá sempre alguns que atiram com a albarda em Penafiel, no dia 10 de Novembro – no feriado já é o day after).

Avaliai isto, comadres e compadres, em alqueires de milho e em canecas de americano proibido e, se quiserdes, subi na vida (na verdade, tendes sempre menos de um século para o fazerdes, não esquecendo que a unidade-base geo é dez elevado a seis anos de trezentos e sessenta e cinco dias). Somos pobrezinhos mas somos sobreviventes, por enquanto, o que nos deve – helas – alegrar.

1 comentário:

pandacruel disse...

Para evitar abrir parêntesis e a gente esquecer-se de o fechar, mais adiante, o melhor é fechá-lo logo quando se abre e debitar o texto lá para dentro, como se se tratasse de meter marmelos num cesto de vime - vou ver se não me esqueço.