domingo, 23 de dezembro de 2007

burca

A agenda da educação é, para alguns – poucos, mas com poder – o apanhar das migalhas que, remetendo o vector principal para a condição de alfarrábio inusitado, para não dizer para a saca dos farrapos que dão sempre jeito, que mais não seja para a fuligem da chaminé destes dias, mais não dão do que a ponta do icebergue, que é como quem diz: contentai-vos, pobres diabos, que nem estrangeirados sois.
Então não é que vem aí outra puta de outra reforma que, ao colocar os bons, afamados e participativos pais das nossas escolas no poder da assembleia de escola (que anda constituinte há uma década), ou talvez os grandes autarcas das centenas de centelhas de belo poder pedagógico local, alguns que já não são putos nenhuns nas lides da caça ao voto e da grande azáfama cacique, mais não faz do que retirar campo de identidade a uma classe profissional que, emborcando constantemente com as fura-greves maridas de médicos, acrescidas dos nobres lutadores que desistiram, mais os que andam sempre à procura e não encontram, os velhotes, pequenotes e gordotes e as que ao espelho dizem: só tenho estômago para me alimentar, não para exibir; uma classe que foi perdendo carisma, que não se veste à altura das suas responsabilidades (o que, na sociedade da imagem, é letal). Chegados a isto, tanto trabalho para nada, tanto lazer para nada. Certo, Salgueiro Maia não foi professor ( a não ser na escola do exército) e os que escrevem as belas páginas da história e das letras lusas são, as mais das vezes, desempregados do Estado. Talvez por isso o enigmático autarca de Vila Nova da Rabona queira dar cabo do que resta em seis meses. Vistas bem as coisas, só temos de exclamar bem alto: O PEDIATRA-MOR AO PODER, DE UMA VEZ POR TODAS. SE É PARA ARRASAR, ENTÃO VENHA O CAMARTELO que, ao passar a linha férrea para as praias do sul, demonstrou que há pequenas utopias em que loucos se enobrecem e regeneram a saúde dos vizinhos pobres de ricos e falhos de elite, desde logo por que a fruta fora do tempo, como todos andamos de olhos bem abertos, já não sai com facilidade.

RABANADAS, PÃO ESCONDIDO E BACALHOADA A VINTE E QUATRO; DAS COUVES, SÓ MESMO OS TOROS. AZEITE. BATATA COZIDA. NADA DE SOPA. Dois dentes de alho. Arroz doce. Vinho de vinte anos (vintage não, por favor, é muito diferente). Alecrim do branco, em box.

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