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Hoje estou amargo. Tudo o que aconteceu, ao longo do dia, foi doloroso, penoso mesmo.
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Vi o lado lunar de algumas pessoas. As vantagens pessoais a derrotar a ideia do melhor para a comunidade. A mesquinhez e a visão redutora, empalada, que a assiste.
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Ouvi descrições de prepotência. Dos que, controlando um qualquer organismo, sabendo-se detentores da força da maioria, espezinham e desrespeitam os que estão em minoria.
Um líder que aponta o dedo a quem o afronta, só porque o faz, só porque existe. Não às incapacidades, às inabilidades ou à falta de talento para desempenhar o cargo em disputa.
Já ontem tinha ouvido um a queixar-se de não ter tido condições para fazer, face a outra a vangloriar-se do pouco tempo que precisou para também fazer. Quanto à qualidade, à pertinência, à utilidade real do que (não) foi feito, nem uma palavra.
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Assisti (volto ao presente) a uma notícia de pequenez. Vivo num país em que as pessoas só encontram solução para os seus problemas se forem (imaginem!) a Cuba. Em que se diz que, pelo menos uma pessoa, porque foi demasiado tarde, não tem já solução para o seu problema. Em que outros, bastantes (um que fosse já era muito!) afirmam que esperaram por uma solução no nosso país durante 10, 12, 15 anos. Sem nunca a terem.
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Agora, somem isto: a solução passa por uma intervenção cirúrgica SIMPLES! O responsável nacional pela solução diz que bastaria que os profissionais fizessem mais UMA consulta e MEIA intervenção por dia para não haver mais problema(s) deste tipo (listas de espera). Ao mesmo tempo, confirma que tem 5 (cinco!) profissionais em toda uma região do país, que tem centenas de milhares de habitantes. Que aguarda a resposta de profissionais estrangeiros para resolver (este) problema.
Na altura em que todos sabemos que entraram (apenas) umas dezenas de jovens nas instituições superiores que os preparam. E que, nesta área específica, nem uma mão cheia se forma, todos os anos!
Ele, o responsável, acha positivo, acha que é uma coisa boa, as pessoas irem a Cuba resolver este problema (de solução simples!). Acha bem que as Câmaras os subsidiem. Acha bem ... ele e o seu representante no local!
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peço desculpa pelo pessimismo. Mas hoje sinto-me assim. PORQUE A NOTÍCIA TINHA UM AR NATURAL, DE COISA COMESINHA, não escandalosa. Antes que eu me sinta demasiado mal com o país em que me forçaram a nascer e em que escolhi viver, por favor apontem-me alguns exemplos de coisas boas - mas melhores que a trasladação de Aquilino Ribeiro para o Panteão. Por favor!
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Já agora, e ao menos por uma vez, Viva Cuba! Agora entendo melhor o ar altivo dos cubanos, quando falam da sua ilha - ainda que vivam em MIAMI.
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