sábado, 15 de setembro de 2007

Temas (pouco) interessantes

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1 - Scollari
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Ser treinador significa ser modelo, para os seus atletas tanto quanto para o público;
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Ser treinador de uma selecção nacional reforça esse papel. Se a modalidade de que se tem essa responsabilidade é a mais seguida pelo público, a mais vista, maior importância assume esse papel (desempenhado).
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Os resultados desportivos não deixam de ter importância similar. E o que conta, para mim, é a qualidade e quantidade dos resultados que se atingem. De facto, ainda que as condições sejam diferentes e mais favoráveis, a verdade é que, antes de Scollari chegar, os resultados eram fracos, medíocres mesmo. Com ele, uma presença numa final de um europeu e uma outra nas meias-finais de um mundial foram conseguidas.
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Todos tem (ou devem ter) a oportunidade de cometer um erro e emendá-lo. De se desculpar desse erro e ser desculpado. Até o treinador da selecção nacional de futebol.
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Acredito que o próprio poderia (e, se calhar, deveria) ter sido mais exigente consigo que os outros (todos). Se se demitisse, só lhe tinha ficado bem. Pedindo desculpa, como o fez. Com humildade, que não teve.
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Mas acredito que pode (e deve) mostrar que o que aconteceu foi pontual, marginal e não significativo. Espero que assim seja. Até porque a margem para o erro desapareceu. E o sucesso ou insucesso deste apuramento deve ficar ligado ao responsável pela campanha. Logo, ele deve terminar a fase. Logo se vê se é tão bom como aparenta. Sem dúvidas: se Portugal se apurar para a fase final, com ele no comando, é mesmo bom.
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Em tempo: não gosto do homem, que cedo descobriu o confronto norte-sul do futebol e se acoitou à sombra dos poderosos - ainda por cima, contra os "meus".
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2 - Maddie
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Poderia, com legitimidade, afirmar que sempre soube e disse, desde os primeiros dias da tragédia, que a menina estava morta. Não por conhecer qualquer dado que os outros não dispunham. Ou por ter poderes mágicos exclusivos. Apenas por aplicar a lei das probabilidades, face a outros casos (números) do mesmo tipo. Reconheço que, no início, não coloquei os pais como os principais suspeitos. Acreditei que outro(s) foram os responsáveis.
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Mas sofri do síndrome da bondade parental. Os actos praticados pelos pais, a cruzada pela recuperação da menina, a presença constante nos media, procurando manter viva a esperança e a imagem da criança, como desaparecida e recuperável, ajudou. Esqueci que os homens são assim mesmo, capazes dos mais heróicos e altruístas gestos quanto das mais monstruosas actividades - sendo desconhecidos ou família, pormenores absolutamente irrelevantes.
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Pelos conhecimentos que vou acumulando, será mais fácil para mim aceitar que os pais sejam suspeitos, mesmo os principais suspeitos, pela morte da pequena Maddie.
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No entanto, considero que devemos ter em conta duas pequenas (enormes) notas:
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Seremos todos melhores pessoas, sem ingenuidades bacocas, se soubermos esperar que se comprove a culpa, seja de quem for. Enquanto suspeitos, os pais não são culpados. Merecem a nossa indulgência e paciência. Merecem ser tratados com consideração e respeito. Merecem ser deixados em paz.
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Mas também devemos saber ler nas entrelinhas, nas acções que se praticam, na forma como tudo se desenrola. Ser exigente, não desculpar formas de agir desiguais, tratamentos preferenciais para quem tem ou está perto do poder.
Não é possível considerar que a não recuperação do corpo não é relevante, para condenar a mãe da Joana, é já o passa a ser, para possibilitar a desculpabilização doutros suspeitos, próximos de poder persuasivo, influente; ou que os indícios são suficientes para decretar a prisão preventiva para o primeiro caso citado, e agora nem sequer são impeditivos da saída do país para os segundos referidos. Algo vai mal nesta forma de praticar a justiça. Muito mal.
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Em tempo: sou muito crítico do nosso sistema judicial. Acho que funciona mal, não garante coisa nenhuma. Mas este caso não se coloca ao nível do sistema. Está no desempenho das pessoas. Tão-somente.
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