segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não foi no verão. E agora?

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Depois da manifestação dos Professores em Março, comentando o facto com os que me cercam (acho que se diz inner circle), considerei que dificilmente a Sra. Ministra se aguentaria para lá do verão. Férias, as escolas sossegadas, os Professores a banhos e esse seria o tempo ideal para uma mini-remodelação, abrindo a porta a uma outra pessoa, menos conflituosa, mais acessível, assim a modos que mais Ana Jorge, se é que me entendem - alguém a quem não ficasse mal ceder aqui, abrandar acolá, de maneira a segurar o leme no último ano da legislatura, sem que a ondulação causasse muitos estragos.
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Não aconteceu. Aconteceu, isso sim, outra manifestação, mais marcante do que a anterior. A ocupante da pasta é a mesma e, como não podia deixar de ser, o discurso é o mesmo, também. Que diabo, tudo o que existe é resultado de um edifício que vem sendo construído desde há três anos. Ceder agora seria, aos seus olhos, deixar a casa por acabar, no momento de a abandonar.
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Como é que isto vai ser resolvido? Não faço a menor ideia. Atacou ferozmente os professores onde mais lhes dói - na sua dignidade profissional. Eles respondem como podem - na rua e no campo eleitoral, sobretudo, já que não lhes pertence o poder dos magistrados ou a influência dos médicos, por exemplo. Será que os políticos vão desprezar este campo (o eleitoral, que se desgasta rapidamente), que lhes é tão querido? Se o fizerem, salvam a face (que raridade tão custosa!). Se o não fizerem, ainda vão a tempo de ganhar alguma coisa?
É que (diz-se) a memória do povo não ultrapassa os 6 meses; se assim é, devem despachar-se!
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Ah, e outra coisa, antes que me esqueça - a batata quente continua onde estava, nas mãos de todos. Um destes dias explico melhor esta ideia. Se outro o não fizer por mim.
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