Como era de esperar, lá apareceu o Governo a tentar dar a volta ao texto.
De surpresa e criando alguma expectativa (propositada), convoca-se um Conselho de Ministros Extraordinário para resolver o problema da avaliação. Tudo muito bem montado: o Governo quer transmitir a ideia da união em torno da Ministra e da sua teimosa proposta, da importância do problema (se a memória não me falha, terão sido poucos, nos últimos três anos, os assuntos que motivaram a convocação de Conselhos extraordinários) e entra-se em campanha eleitoral vestindo a pele do governante sensível, condescendente que escuta o seu povo.
De surpresa e criando alguma expectativa (propositada), convoca-se um Conselho de Ministros Extraordinário para resolver o problema da avaliação. Tudo muito bem montado: o Governo quer transmitir a ideia da união em torno da Ministra e da sua teimosa proposta, da importância do problema (se a memória não me falha, terão sido poucos, nos últimos três anos, os assuntos que motivaram a convocação de Conselhos extraordinários) e entra-se em campanha eleitoral vestindo a pele do governante sensível, condescendente que escuta o seu povo.
Nada de inesperado, repito. Foi algo como isto que levou ao memorando, lembram-se?
Bem, mas que resultou então deste extraordinário Conselho? Será bom que o leiam em:
Nos tempos que correm é importante que a informação nos chegue da fonte, pois os meios de transmissão, às vezes, aplicam-lhe truncagens ou acrescentam-lhe ruído (sim, estou a lembrar-me do que fizeram ao que a Manuela Ferreira Leite disse).
No post “Suspendam, já!”, que aqui deixei há alguns dias atrás, enunciei as quatro razões porque rejeito este modelo. Disse também que três dessas razões ferem princípios, valores profissionais que preconizo. Não encontro nas sete medidas de simplificação que o Governo propõe agora resposta a estas minhas preocupações. Apenas duas das medidas propostas pelo Governo incidem sobre elas:
- “garantir que os professores são avaliados por avaliadores da mesma área disciplinar” não acaba com a avaliação de pares.
- “dispensar, neste ano lectivo, o critério dos resultados escolares e das taxas de abandono, tal como recomendado pelo Conselho Científico da Avaliação dos Professores” não excluiu que, nos próximos anos lectivos, as notas que o professor dê aos seus alunos tenham influência na sua própria avaliação.
As outras cinco medidas simplificam a materialização do processo. O Governo assume assim que era necessário simplificar. Não se percebe porque demorou tanto tempo a reconhecê-lo!
Nenhuma das medidas faz referência à abolição das cotas ao mérito.
Dito isto, não vejo motivo para alterar a minha posição: SUSPENDA-SE!
Nota Final:
Para dizer que estou farto de ouvir a Sra. Ministra dizer que os professores não sabem interpretar a Lei ou o seu espírito (lembram-se que já houve um Ministro que nos proibiu de o interpretar?).
Disse-o quando resolveu que as faltas justificadas dos alunos já não podem dar origem a exclusão.
Disse-o ontem outra vez quando insinuou que foram as escolas que complicaram o processo.
Chega!
É tempo de assumir a responsabilidade pelo conteúdo da legislação que se assina!
Chega!
É tempo de assumir a responsabilidade pelo conteúdo da legislação que se assina!
1 comentário:
O seu artigo está muito bem escrito, aliás como sempre: claro, directo, sem rodeios.
Lembre-me de , se encontrar o espírito da lei, lhe pedir as devidas desculpas já que está ofendido!...
Quanto às supostas simplificações do modelo de avaliação, concordo consigo: são medidas eleitoralistas e de um cinismo medonho...
Quanto aos sindicatos e a memorandos, não comento, porque aí este blog desceria de nível...
O que é preciso é que os professores não se deixem enganar e não amoleçam...
Empenhemo-nos na defesa de uma profissão que é digna e saibamos manter-nos unidos!
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