sábado, 29 de novembro de 2008

A violência contra quem a combate

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Retirado da edição electrónica do JN, de 29 de Novembro de 2008
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Uma professora da EB 2,3 de Jovim, Gondomar, foi agredida por um aluno de 16 anos, a soco e a pontapé, ao início da tarde desta sexta-feira. A agressão ocorreu dentro da escola e a docente esteve cinco horas no S. João, no Porto, a fazer exames.
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Só pelas 19 horas é que Artemisa Coimbra - figura activa na luta contra a violência doméstica, sendo responsável pelo Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) - teve alta das Urgências. "Daqui vou para a GNR, apresentar queixa", desabafou, ainda com marcas da violência no rosto e com dificuldades em andar, devido a lesões que sofreu numa perna.
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... "Vinha a sair do átrio e o aluno estava aos palavrões, alto e bom som. Não consegui fazer ouvidos de mercador. Chamei-o à atenção e ele começou a disparatar e a afirmar que dizia o que bem lhe apetecesse. Então, disse-lhe para me acompanhar ao Conselho Executivo. Contrariado, lá foi", recordou a docente. A situação acabaria em violência, pouco tempo depois.
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"Às 13.40 horas, ia para as aulas, com o computador, a pasta e o livro de ponto na mão, quando, quase em frente ao Conselho Executivo, vejo o aluno a vir na minha direcção, a insultar-me aos berros. Depois, começou a agredir-me", contou a professora, que ainda tentou defender-se. Ficou ferida e com os óculos partidos. Logo ontem, a patrulha da Escola Segura, presença habitual por ali, não estava na EB 2,3 de Jovim.
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... Em Jovim, a situação tem piorado significativamente, assegurou, revelando que só nesta semana houve 31 processos disciplinares. "Oito deram em repreensão, os restantes em suspensão", pormenorizou a professora, que dá aulas a alunos dos 5º e 6º anos.
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Conheço pessoalmente a Artemisa, pessoa que considero e aprecio, até pela luta contra a violência que desenvolve, todos os dias. Que estas linhas sirvam de algum conforto, nesta hora (muito) triste e aqui lhe deixo a minha pública solidariedade, de alguém que também não faz ouvidos moucos aos jovens que não sabem (também) estar, na escola e fora dela.
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Como ela, também sinto que, na escola, o ambiente está a degradar-se todos os dias. Não apontando o dedo ao(s) culpado(s) desta degradação, é tempo de se fazer alguma coisa que contribua para atalhar este caminho que conduz à destruição do que a escola deve ter como lema para concretizar a sua missão: o bom ambiente e as melhores relações.
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