domingo, 16 de novembro de 2008

Suspendam, já!

Em Março, em tom irónico, deixei expressa neste blog a minha opinião sobre este assunto da avaliação (FAQ sobre Avaliação). Estávamos em ponto de rebuçado para a realização da (primeira) grande manifestação de professores que viria a acontecer em Lisboa. Dela resultou um memorando cujas consequências, na prática, foram as seguintes:
- O adiar do problema.
- O renascer das cinzas dos sindicatos que aproveitaram a oportunidade para assumirem o protagonismo da contestação.
- A evidência de que esta equipe ministerial dá cartas no que respeita a propaganda e ao exercício (tão comum neste país!) da politiquice.

Esta introdução é necessária para que nos centremos no essencial e não se gastem energias no acessório.

E o essencial é que este sistema de avaliação de professores não serve porque fere a dignidade da escola pública e dos professores. E devemos insistir nos pontos fundamentais que sustentam esta afirmação. A meu ver são os seguintes:

1º) O sistema coloca pares nas funções de avaliador e avaliado.
2º) Usa a avaliação dos alunos como parâmetro na avaliação do professor.
3º) Impõe cotas ao mérito.
4ª) Materializa-se através de um processo impraticável.

Devo confessar que, dos quatro, o que menos me apoquenta é o último. Os três primeiros, no entanto, colocam-me indisposto pois mexem com a dignidade da minha profissão, com aquilo em que acredito, com os próprios valores inerentes a ser professor.
Abro um parênteses para dizer que os valores, sejam eles morais ou sociais, que professo não os encontro nas políticas deste Governo. Por vezes dou por mim a questionar-me se esta gente sabe o que são valores. Mas, embora isso sejam contas de outro rosário, é interessante verificar que o que pegou, em termos de contestação, foi o 4º ponto, a impraticabilidade do processo.
Ora, não se pode cometer o mesmo erro duas vezes! Não se deixe que a habilidade politiqueira resolva outra vez o problema com outro memorando ou coisa parecida.
É tempo de agir! De ser pragmático, já!
Por isso deixem a discussão de alternativas ao modelo. Isso fica para depois.
Concentrem-se no essencial. E o essencial, o agir aqui, é SUSPENDER!
Acho que chegou a hora de aqueles que o podem fazer darem os dois passos que faltam: unirem-se e, a uma só voz, dizerem: SUSPENDEMOS!
Apelo aos Presidentes dos Conselhos Directivos (ou Directores), a todos.
Reúnam-se e decidam: SUSPENDEMOS!
Atirem para o lado o peso que carregam sobre as vossas costas e assumam o protagonismo a que têm direito.
Dêem uma prova viva do exercício da autonomia que tantas vezes pedem.
Está nas vossas mãos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Apoiado!

Deixem-se de tretas de alternativas a um modelo que não tem volta a dar!

E deixem-se de pôr água numa fervura que não vai deixar de ferver...

É preciso actuar já e sem medos!...
Estamos congelados (parados) há tempo demais...

Como diz , as manifestações não chegam... Só servem para o governo nos gozar ainda mais...

Agir, e reitero o que já disse neste blog, é dizer NÃo a um modelo que é uma afronta à liberdade e à democracia...

Nada a que este governo, que deveria ser "socialista"(seja lá o que esta palavra quer dizer...), não nos tenha habituado, ou seja, impôr em vez de propôr.

O que nos vale é que isso só funciona numa ditadura e esta parece-me que ainda não temos, embora não estejamos longe, se não agirmos já!...

Quanto aos sindicatos, esses nunca nos defenderam em condições, por isso não é agora que vão começar!...

Os Conselhos Executivos têm uma grande responsabilidade neste NÃO, nesta SUSPENSÃO. É neles que reside a solução desta grande palhaçada...

Força! Nada têm a perder,pois as "bases" estão convosco...