Em Março, em tom irónico, deixei expressa neste blog a minha opinião sobre este assunto da avaliação (FAQ sobre Avaliação). Estávamos em ponto de rebuçado para a realização da (primeira) grande manifestação de professores que viria a acontecer em Lisboa. Dela resultou um memorando cujas consequências, na prática, foram as seguintes:
- O adiar do problema.
- O renascer das cinzas dos sindicatos que aproveitaram a oportunidade para assumirem o protagonismo da contestação.
- A evidência de que esta equipe ministerial dá cartas no que respeita a propaganda e ao exercício (tão comum neste país!) da politiquice.
- O adiar do problema.
- O renascer das cinzas dos sindicatos que aproveitaram a oportunidade para assumirem o protagonismo da contestação.
- A evidência de que esta equipe ministerial dá cartas no que respeita a propaganda e ao exercício (tão comum neste país!) da politiquice.
Esta introdução é necessária para que nos centremos no essencial e não se gastem energias no acessório.
E o essencial é que este sistema de avaliação de professores não serve porque fere a dignidade da escola pública e dos professores. E devemos insistir nos pontos fundamentais que sustentam esta afirmação. A meu ver são os seguintes:
1º) O sistema coloca pares nas funções de avaliador e avaliado.
2º) Usa a avaliação dos alunos como parâmetro na avaliação do professor.
3º) Impõe cotas ao mérito.
4ª) Materializa-se através de um processo impraticável.
Devo confessar que, dos quatro, o que menos me apoquenta é o último. Os três primeiros, no entanto, colocam-me indisposto pois mexem com a dignidade da minha profissão, com aquilo em que acredito, com os próprios valores inerentes a ser professor.
Abro um parênteses para dizer que os valores, sejam eles morais ou sociais, que professo não os encontro nas políticas deste Governo. Por vezes dou por mim a questionar-me se esta gente sabe o que são valores. Mas, embora isso sejam contas de outro rosário, é interessante verificar que o que pegou, em termos de contestação, foi o 4º ponto, a impraticabilidade do processo.
Ora, não se pode cometer o mesmo erro duas vezes! Não se deixe que a habilidade politiqueira resolva outra vez o problema com outro memorando ou coisa parecida.
É tempo de agir! De ser pragmático, já!
Por isso deixem a discussão de alternativas ao modelo. Isso fica para depois.
Concentrem-se no essencial. E o essencial, o agir aqui, é SUSPENDER!
Acho que chegou a hora de aqueles que o podem fazer darem os dois passos que faltam: unirem-se e, a uma só voz, dizerem: SUSPENDEMOS!
Apelo aos Presidentes dos Conselhos Directivos (ou Directores), a todos.
Reúnam-se e decidam: SUSPENDEMOS!
Atirem para o lado o peso que carregam sobre as vossas costas e assumam o protagonismo a que têm direito.
Dêem uma prova viva do exercício da autonomia que tantas vezes pedem.
Está nas vossas mãos!
Dêem uma prova viva do exercício da autonomia que tantas vezes pedem.
Está nas vossas mãos!
1 comentário:
Apoiado!
Deixem-se de tretas de alternativas a um modelo que não tem volta a dar!
E deixem-se de pôr água numa fervura que não vai deixar de ferver...
É preciso actuar já e sem medos!...
Estamos congelados (parados) há tempo demais...
Como diz , as manifestações não chegam... Só servem para o governo nos gozar ainda mais...
Agir, e reitero o que já disse neste blog, é dizer NÃo a um modelo que é uma afronta à liberdade e à democracia...
Nada a que este governo, que deveria ser "socialista"(seja lá o que esta palavra quer dizer...), não nos tenha habituado, ou seja, impôr em vez de propôr.
O que nos vale é que isso só funciona numa ditadura e esta parece-me que ainda não temos, embora não estejamos longe, se não agirmos já!...
Quanto aos sindicatos, esses nunca nos defenderam em condições, por isso não é agora que vão começar!...
Os Conselhos Executivos têm uma grande responsabilidade neste NÃO, nesta SUSPENSÃO. É neles que reside a solução desta grande palhaçada...
Força! Nada têm a perder,pois as "bases" estão convosco...
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