«A ideia de que somos livres funda-se no suposto de que, ao decidir, decidimos por vontade livre ainda que condicionados por factores (d)e ordem interna e/ou externa. Embora integrados na Natureza, distanciamo-nos dela, ao contrário, aliás, do que sucede com as demais criaturas que, limitadas ao equipamento genético, não se distinguem do mundo que é o seu. Enquanto o animal é uma sinfonia completa, o Homem é uma sinfonia incompleta: faz-se, humaniza-se, diviniza-se.
Neste processo entronca o mistério da Fé que, enquanto dom de Deus, merece uma resposta livre e séria de quem é concedido. O crente é aquele que vence a dúvida e, se acredita, está certo em acreditar. Porque optou pelo credo, faz dele o paradigma da vida pessoal e intersubjectiva. A questão maior reside em saber se a Fé se pode inserir na racionalidade e perceber o que acontece à razão quando se enquadra a Fé.
A experiência religiosa assemelha-se à experiência estética: a fusão do sensível e do inteligível. Para os cristãos, tornar-se humano é a vocação do próprio Deus: o Deus humanado (sic), para reunir todos os homens de boa vontade. Se o encontro com o Ressuscitado é o desencontro com os ditames da «razão» a integração de Deus no horizonte da história é escândalo da eternidade que se faz humana. Isso é o Natal! ».
Estes são fragmentos (de texto) que o Zé Fernando publicou em O Forjanense, em Dezembro de 2003; em Maio seguinte viria a deixar este mundo, já sem ter a oportunidade de assistir à festa que foi o Euro 2004. Sabemos nós lá se ele agora estará em festa (noutra dimensão, evidentemente). Que assim possa ser. Neste Natal. Neste fim de Ano de 2007.
sábado, 29 de dezembro de 2007
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2 comentários:
Saudades, agora conheço melhor o conceito.
Boss
Está em festa, de certeza!
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