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Dominique Strauss-Kahn, director do FMI, disse recentemente o que já tanta gente anda a dizer há muito tempo: "Se os preços dos alimentos continuarem a subir, as consequências serão terríveis e sabemos que este tipo de questões às vezes acaba em guerra" in Diário de Notícias Electrónico, 20/04/08
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O que me incomoda é esta forma peculiar de dizer. Como se isto fosse surpreendente. Como se resultasse do acaso. Como se o FMI fosse inocente, no que respeita a este assunto.
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O que me incomoda é esta peculiar forma de estar. A naturalidade do que acontece. A convicção que é assim mesmo. A certeza das consequências. Como se, para o FMI, o estranho se situe na falta da guerra.
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O que me incomoda é esta peculiar forma de ser. Aceitar tudo, sem nada fazer. Considerar o terrível como banal. Tratar a guerra por tu e ficar sentado. Como se, para todos nós, o FMI e os seus parceiros fossem intocáveis, por envergarem vestes de deuses.
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Não será tempo de reagir? De passar do imobilismo à acção? De dizer basta? Eu penso que sim.
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