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Vamos fazer de Outubro o mês do "dedo" do bem. Vamos apontar o dedo às coisas boas que conhecemos. Este é o verdadeiro desafio.
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Falar do que está mal, é fácil. Apresentar soluções, é bem mais difícil.
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Tarefa complicada é mostrar o que está bem - não pela raridade dos factos, mas pelo que desnuda, no que respeita às nossas convicções, tendências e tentações.
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Começo por uma pessoa que está de saída, para entrar noutros mundos.
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Tenho quase 50 anos. Nasci e cresci em Vila Nova de Gaia, cidade vizinha do Porto e pelo Porto abafada. Dormitório que sempre quiz ser mais. Grande no espaço, na gente, na vontade de se afirmar.
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Os estúdios do Porto da RTP foram sempre em Gaia. O vinho generoso enriquece em Gaia, mas deu e dá nome à capital do Norte.
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Não tenho memória de reais investimentos pessoais que projectassem a cidade. Conheci uma boa dezena de responsáveis pela edilidade que trabalharam com maior ou menor denodo, mas nenhum logrou edificar um lugar aprazível, desenvolvido, moderno e modelar.
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Até que chegou Luis Filipe Menezes. Não esperava muito, à data. Não pertenço ao quadrante político onde ele se move, antes me situo em espaço ideológico bem afastado.
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Mas a realidade não se compadece com pré-conceitos, com concepções puramente teóricas.
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Menezes investiu na cidade. Muito. Pode ter tido motivos egoístas, mesquinhos, desprezíveis. Mas deu muito, sobretudo de si. Correu riscos, enfrentou adversários poderosos, avançou nas ideias e levou à prática. Fê-lo de forma coerente e, mais importante ainda, de forma constante.
Não adormeceu à sombra do que começou a fazer, nunca parou, construiu sempre.
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Dois aspectos registo, na sua governação: não se mostrou satisfeito, nunca, nem nos melhores momentos. A sua vereação, os que com ele trabalharam, foram sempre substituídos, no momento de iniciar novo mandato. Por muito bem que tivessem desempenhado a tarefa, por muito importantes que (se julgassem ou que) fossem. A sua ambição não é (não foi, em Gaia) limitada. E nunca deixou de actuar, de fazer o que pensava ser certo, fossem quais fossem os grupos de pressão. Mesmo que representassem uma fatia significativa dos seus eleitores ou dos seus financiadores. Nem os aspectos menores o fizeram perder tempo.
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Alguns exemplos da sua obra política:
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O realojamento não se centrou num local, antes se espraiou por todo o concelho. Não criou bairros socialmente degradados, não ghettizou pessoas;
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A requalificação, com preocupações ambientais, foi sempre um objectivo prioritário. Não em função dos interesses dos mais abastados, mas dos seus munícipes. A Ribeira de Gaia, a Costa Marítima e o centro da cidade são bons exemplos;
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O que não dependia de si não era abandonado, alijando responsabilidades que seriam doutros. As vias de comunicação que atravessam e circundam a cidade são admiráveis obras de outros, que só se concretizaram nos seus mandatos;
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Não desprezou o desporto e a cultura. Atraiu instituições de relevo - o F. C. do Porto, o TEP, esteve na construção de infra-estruturas culturais e desportivas - as piscinas nas freguesias, os poli-desportivos, a Casa da Cultura, os estádios do Candal e de Canelas;
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Apoiou a Educação, sem se desculpar com os deveres do poder central.
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Por último, que isto já vai longo: ao contrário do que acontece com a generalidade dos municípios do país, V. N. de Gaia tem visibilidade, no que foi feito. Também terá ultrapassado os limites do endividamento, terá desviado verbas de uma rubrica para outra, estará a dever a muita gente, mas, pelo que se pode constatar, o destino foi o concelho. E isso, para mim, munícipe de Gaia, basta.
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Em tempo: não sei como será, à frente de um partido político com dimensão nacional (ainda que se mantenha na Câmara de Gaia, para ter uma plataforma de intervenção pública, considero que já cá não mora); nem como será, se lhe confiarem os destinos do país.
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Mas os indicadores que construiu, enquanto responsável pela minha cidade, são muito bons.
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Conhecendo a capital do país como conheço, Luis Filipe Menezes não se deve esquecer do que disse, que se mantém actual (sulistas e elitistas) e de Fernando Gomes. A outro nível, mas também indicador a não menosprezar.
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