Recados ao poder ou a quem dele está próximo (leia-se que o influencia). Com fundamentação da opinião e com soluções alternativas, sempre que necessárias e conhecidas (pode acontecer não existirem ou serem desconhecidas - não será impeditivo).
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Manuel Hermínio Monteiro
Ande-se por Portugal de norte a sul, nesta altura, e sentimos logo as marcas do Natal. Pequenos e grandes presépios. Cedros iluminados. Pais Natal de borracha. Ruas enfeitadas e milhares de luzinhas buliçosas e polícromas que nos piscam por detrás das vidraças. O presépio mais conhecido é o de Alenquer. A aldeia mais preparada a preceito é Sande, entre Lamego e a Régua, autodenominada «o presépio da Beira Alta». Nas terras do Norte juntam, ao sabor dominante do bacalhau, o polvo. Come-se por todo o lado filhós, sonhos e rabanadas. (...).
(...). As raparigas organizam a sua festa no princípio do ano, pelos Reis ou pelo São Sebastião. Saem então para o campo para comer um bolo fabricado especialmente para esta ocasião a que chamam o rei. Diz o povo que «saem ao campo para comer o rei».
Monteiro, M. H. (2004). Urzes. Lisboa: O Independente
domingo, 30 de dezembro de 2007
sábado, 29 de dezembro de 2007
José Fernando Dias da Silva
Neste processo entronca o mistério da Fé que, enquanto dom de Deus, merece uma resposta livre e séria de quem é concedido. O crente é aquele que vence a dúvida e, se acredita, está certo em acreditar. Porque optou pelo credo, faz dele o paradigma da vida pessoal e intersubjectiva. A questão maior reside em saber se a Fé se pode inserir na racionalidade e perceber o que acontece à razão quando se enquadra a Fé.
A experiência religiosa assemelha-se à experiência estética: a fusão do sensível e do inteligível. Para os cristãos, tornar-se humano é a vocação do próprio Deus: o Deus humanado (sic), para reunir todos os homens de boa vontade. Se o encontro com o Ressuscitado é o desencontro com os ditames da «razão» a integração de Deus no horizonte da história é escândalo da eternidade que se faz humana. Isso é o Natal! ».
Estes são fragmentos (de texto) que o Zé Fernando publicou em O Forjanense, em Dezembro de 2003; em Maio seguinte viria a deixar este mundo, já sem ter a oportunidade de assistir à festa que foi o Euro 2004. Sabemos nós lá se ele agora estará em festa (noutra dimensão, evidentemente). Que assim possa ser. Neste Natal. Neste fim de Ano de 2007.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
descritores
Posso colocar o pê, tirá-lo, sugerir o parêntesis: é léxico que vai entrar à martelada (o pê não está mal, uta, ita, Ota, oh, como o automatismo mudou logo para maiúscula ao chegar ao ó) – descritor – que descreve,
e ponho-me a pensar:
a) Nas actas das reuniões em que se «dão as notas» - ou vamos acabar com isso?
b) Nas conversas informais, realistas, sobre o ambiente-aula – ou temos de acabar com isso?
c) No corte na casaca aos (dos) chefes, para não dizer aos e às que a nosso lado exibem grandezas e misérias – ou isso termina?
d) Na vontade férrea de dar um murro-pedagógico no móvel inventariado – ou a mobília é fraca, pronta a auto de abate, até já mesmo o dispensando?
e) No ter de querer agradar, que ninguém se destina a desfavorecer-se a si próprio, na Cartuxa encartuchada – pimba, mudou para maiúscula.
Olha: dá-me a chave do loto, para me ir embora, a seguir a outro e outra – vão mudar o hino e a bandeira.
Será? Ser? - a, e, i, o, u - ahahahahahahah... ... ... Francamente, pá.
domingo, 23 de dezembro de 2007
burca
Então não é que vem aí outra puta de outra reforma que, ao colocar os bons, afamados e participativos pais das nossas escolas no poder da assembleia de escola (que anda constituinte há uma década), ou talvez os grandes autarcas das centenas de centelhas de belo poder pedagógico local, alguns que já não são putos nenhuns nas lides da caça ao voto e da grande azáfama cacique, mais não faz do que retirar campo de identidade a uma classe profissional que, emborcando constantemente com as fura-greves maridas de médicos, acrescidas dos nobres lutadores que desistiram, mais os que andam sempre à procura e não encontram, os velhotes, pequenotes e gordotes e as que ao espelho dizem: só tenho estômago para me alimentar, não para exibir; uma classe que foi perdendo carisma, que não se veste à altura das suas responsabilidades (o que, na sociedade da imagem, é letal). Chegados a isto, tanto trabalho para nada, tanto lazer para nada. Certo, Salgueiro Maia não foi professor ( a não ser na escola do exército) e os que escrevem as belas páginas da história e das letras lusas são, as mais das vezes, desempregados do Estado. Talvez por isso o enigmático autarca de Vila Nova da Rabona queira dar cabo do que resta em seis meses. Vistas bem as coisas, só temos de exclamar bem alto: O PEDIATRA-MOR AO PODER, DE UMA VEZ POR TODAS. SE É PARA ARRASAR, ENTÃO VENHA O CAMARTELO que, ao passar a linha férrea para as praias do sul, demonstrou que há pequenas utopias em que loucos se enobrecem e regeneram a saúde dos vizinhos pobres de ricos e falhos de elite, desde logo por que a fruta fora do tempo, como todos andamos de olhos bem abertos, já não sai com facilidade.
RABANADAS, PÃO ESCONDIDO E BACALHOADA A VINTE E QUATRO; DAS COUVES, SÓ MESMO OS TOROS. AZEITE. BATATA COZIDA. NADA DE SOPA. Dois dentes de alho. Arroz doce. Vinho de vinte anos (vintage não, por favor, é muito diferente). Alecrim do branco, em box.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Que grande estucha
- altera-se o tratado fundador, isto é, não se revoga;
- o documento é assinado por uma alteza (Luxemburgo), por um governo de um reino (Suécia), por xis majestades e n presidentes de república;
- as alterações, do tipo horizontal e específico, reportam-se ao preâmbulo, aos princípios, à política interna e à externa, ao modo de funcionamento das instituições, à segurança e à defesa, nomeadamente enquanto deduzidas a partir da política externa.
Sobram perto de trezentas páginas de produto de gabinete(s) de administração, de uma laicidade muito pobre e de uma sacralidade diabólica, remetendo para as calendas o valor que, no eixo positivo, se eleva, a partir da tragédia que a Europa fez o favor de representar no areópago das nações , das tribos, dos povos, desde que a história está escrita.
Não durmas com o rei, na cama da rainha; não vás às cavalitas do (sic) alteza, do governo brilhante ou do presidente eleito por nós, em geral: como todos são gente comprometida, cabe-te seres livre para sempre, ainda que seja nas costas de um (por-ventura) tatuado. Não fugirás a quem , deveras, te enfeitice.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Gestão e Administração Escolar
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domingo, 9 de dezembro de 2007
Insistir, insistir
Alice Vieira, Escritora
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Se a gente ainda tivesse os mares...

... iria por aí fora com carregamentos de bolo-rei do grande Porto matar a fome, depois do bacalhau respectivo, a vários continentes em que civis falam português. Porém, do jovem ás dos submarinos (contraditado fortemente, neste Dezembro07, por um fundador do seu (seu-mesmo) partido, de Vila Nova da Rabona, a ave-mulher do gaio)ao menos jovem que não ostenta o apelido (vá-se lá saber porquê), ao ainda homem cuja bela e esbelta mulher de casamento alçou com nome de peixe e poema do falecido marido da também bela Teresa Patrício Gouveia, enfim, desde a nata e a espuma ora alva ora menos alva até aos que no estado-maior estão sentados à varanda, desde aí, se não inclina a nação para o que havia de importar - a não ser para os factos que levaram o conselheiro e muito-amigo de D. Leonor(a) a ser deitado pela janela, já morto pela soldadesca (a frio, francamente) do dito mestre; e para os factos que levaram a nova investida de Castela, com alguns filhos-família portugueses a quererem voltar ao antigo.
E agora pergunto eu: o antigo foi sempre bem destruído ou, pelo contrário, continua a perseguir-nos, colectivamente, a ponto de um prémio Nobel nosso lançar cá para fora a hipótese de se ir em frente pela margem que nunca quisémos trilhar: o aprofundamento de boas relações com o resto da península e com o norte de África, como que fazendo o esconjuro do que se passou nos séculos XV e XVI - eis uma hipótese de lição (da história9 que não vem nos manuais do sase, ou iase, ou lá o que é, nem nos outros.
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(a imagem acima foi picada da net).
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
executive digest
Para Drucker (nasce em 1909) - que acentua a ideia de privatização e é ultrapassado nisso, rapidamente, pelos executores dessa ideia - o trabalhador qualificado é o que atinge o ponto em que reconhece que depende da empresa mas também que esta depende dele. Isto, só por si, deveria levar o sistema (capitalista) a mudar de vida, ou pelo menos de maneiras.
A FedEx inicia a actividade em 1971 (como este escriba) sob o lema da garantia da distribuição durante a noite ( serviço de transporte aéreo). O seu fundador, o ex-marine que no Vietname combateu pelo sul-ido-do-norte, pretende fazer algo de bom pelo mundo e por si, «depois de ter feito tantas asneiras na vida». Confiança com um sorriso no rosto, diz esse que já viu a morte.
A HBS (Harvard Business School) foi fundada em 1908 (ano do regicídio em Lisboa) e é a primeira marca em escolas de negócios no mundo, já que as três letrinhas associadas a outras três – MBA – acrescentaram, durante muito tempo, um zero à direita na folha de vencimentos de quem por lá passou, mesmo que Drucker vá dizer que nessa escola se combina «o pior da arrogância académica alemã com os piores hábitos seminaristas religiosos americanos».
Nas cervejas há nomes sonantes que, todavia, tiveram de alterar sabores para satisfazer públicos mais alargados, como foi o caso da holandesa heineken para se ver entrar nos pubs ingleses (o caso interessante da melhor cerveja portuguesa, a Tagus, anda agora na berra com o aceno ao público hetero, ao que chegamos).
O debate sobre o conceito de estratégia ganha novo fôlego em Competing for the Future, de Hamel e Prahalad. Partindo do reconhecimento de coletes de forças estreitos e limitadores em que o tema se vem enredando, estes autores sugerem o termo strategizing, remetendo para o equacionamento das pré-condições e exigindo competências nucleares (core competencies) que se hão-de ter de sujeitar, NOS TEMPOS QUE CORREM, a duas fronteiras: a dos arqui-racionalistas que acenam permanentemente com dados e a dos que advogam o prosperar no caos em permanente festa.
(um parêntesis: em Silicon Valley há cem fracassos para cada êxito, o que é muito bom, em investigação, e muito mau em rotinas instrucionistas, diga-se).
Enfim, para os autores do Competing for the Future há, ainda:
- a obsessão empresarial pela anorexia (downsizing);
- as maneiras estúpidas de crescer, assim como de diminuir;
- a vitalidade inflamada por crises;
- o repensar não apenas dos conteúdos mas também dos processos.
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Das Citações de Gestão retiro uma só, da página 196, alterando-lhe ligeiramente a forma, mas não o conteúdo:
Se os seus sonhos se pulverizam, então comece por ter à mão não uma pessoa mas tão só um aspirador._
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(agora, no Natal de 2007, enquanto se espera).
domingo, 25 de novembro de 2007
mais do mesmo
Há um moço (a) que é presidente de câmara, que era delfim do falecido, com experiência e grandeza de vistas: o caso tem de passar por aí. Não que a gente tenha de estar inscrita (à maneira de Gil, sim, sempre); há um moço (a) que se vem dedicando à gestão do desporto, que gosta de fazer da noite dia, um outro que tem um gancho voluntarista na escola dramática (artes cénicas e lazer) e ainda outro que vai por essas «capelas» coordenar (pensa ele), ver se está tudo em ordem (e não se ofereceu ao sis).
No campo da docência há gente que ainda está de pé e já vem do antes da democracia institucionalizada em 1974 (alguns, não todos, acham que só em 1976): para esses, ir com a água ao moinho já não é fácil. Não sabem de bonsai, tão pouco de bombeiro (sem corneta) e, em terra queimada (sempre a mesma coisa, este ano também no Outono), que avalie quem quiser, que eu vou ali e já volto.
SOL NO INVERNO FRESCO NO VERÃO: relaciono-me como vou podendo.
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B1 – Reduzo as taxas de abandono escolar do seguinte modo:
- Está lá? É a mãe do Saturnino? (as mães, as mulheres em geral, continuam a amparar mais que os pais).
- Sim, sou.
- (...).
- A sua filha está a faltar, mas já houve quem na visse por aí, hoje. (Gostam da escola).
- Sim?
- Já deu metade das faltas (a que tem direito), do início até ontem.
- Vou ver o que posso fazer. (O que posso fazer?). Se calhar tenho de deixar de ir trabalhar para a encaminhar para a escola e ir esperá-la à saída-
- Não se preocupa, faremos todos o que pudermos.
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B2 – Melhoro os resultados escolares dizendo na reunião do conselho de turma, humildemente:
- por favor, vamos ver bem isto, não são nossos filhos mas é como se fossem;
- qual é a percentagem daqueles que já têm mais de três repetências, desde que entraram para o 1º ano de escolaridade?
- quantos (as) estão a atingir a maioridade sem o diabo do 9º ano? Para que serve hoje o 9º ano, ou o nível II de aprendizagem? (para tirar a carta, os que nasceram a partir de 1990 a isso são obrigados, se a quiserem);
- há jovens que distribuem pão em veículo motorizado sem para isso estarem habilitados (conheço um que dá 60% desse pecúlio para a farmácia).
A REPÚBLICA DOS JUÍZES É UMA TRETA.
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D – Acções de formação. Ouvi bem? Esta´bem: Se rios de dinheiro já foram gastos, sob essa capa, então é chegada a hora de alguém ir, legitimamente ao nosso bolso (ou fazer estrondo com novos engodos).
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C – Participo na vida da escola do seguinte modo (metaforicamente, claro está):
- Boas Festas a todos (o bacalhau estava bom, o mesmo não posso dizer de cabritinho, que sou vegetariano; vegetariano? Sim , com a referida excepção, mais uma ou outra, de mil maneiras).
- Boa dança, bom cartaz.
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G – coordenação: aqui é que a porca torce o rabo. Com a vossa ajuda, iremos lá: mandem bibliografia para a caixa de comentários, ou indiquem o local (aviso já que não levo guarda costas nem vou armado - relacionar com o ponto E) onde a levantar, emprestada, por oito dias, que faço texto para postar aqui, a partir dessa base. Fico à espera (isto é que é falar sobre coordenar? Precisavas de levar mais, diz a encarregada de educação ali para os lados do Senhor de Matosinhos – e há um(a) Senhor(a), numa «capital», que assobia para o lado, tão longe, Nossa Senhora). Por outro lado, D. Januário falou bem e o grande Mário-fénix-Dom se lhe colou logicamente (todas as instituições precisam de gente assim).
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BOM NATAL PARA TODOS. Até 2008.
sábado, 24 de novembro de 2007
Grande Jacques (1470-1525)
Todavia – helas - podem ser os clientes que sabem (sem saberem) se a obra ficou bem feita, se o rendimento é bom, se o serviço não é caro, se está para durar (aí, a qualidade, ou falta dela, estende-se à entidade patronal).
Aliás, até os vizinhos se podem pronunciar (se incomodados ou vendo, de algum modo, o seu campo invadido).
De certa forma, o médico é avaliado pelos doentes, pelas famílias (do médico, se ele passa muito tempo a namorar dizendo que vai para a urgência; dos pacientes, se a intervenção se traduz em bons ganhos).
Também o agente funerário é sinteticamente avaliado (agora não sei, que andam aí os espanhóis a tomar conta do sector, colocando à cabeça o título de lojas, na vez de agências, o que é desagradável, pois nós, os mortos, já estávamos habituados), palavra a palavra (principalmente pelas que não disser), gesto a gesto (que o silêncio impera).
Até quem vende o corpo, de modo honrado ou ignóbil (depende do ponto de vista) é avaliado(a), quanto mais não seja por si próprio(a) (todos os dia vai a um escaninho da alma e diz de si para si: ainda sou eu?).
De maneiras que avaliar é o que se faz por aí sem parar, a palavra gastou-se de medíocre usança: do figurino mediocratas ainda nobre (limitação e equiparação de «chãos de horta»), passando por paus, cordas e pedras enquanto instrumentos de medida e marcos, ao golpe de mirada concisa, de tudo um pouco se foi fazendo constructo.
Ilustremos o que nos espera:
- Pá, quando acabarmos de almoçar, amanhã, caluda, vais ser avaliado (a).
- O. K. (zero killed), assim é, assim farei.
(no dia seguinte)
- V. Ex.cia está a submeter-se a uma prova que assenta em critérios previamente definidos e difundidos pelos interessados: deseja continuar?
(Nota do escriba: a resposta pode, naturalmente, ser sim ou não – todavia, a balança tende a 99 % para o lado do sim).
Produzir-se-ão três escalões, sendo o de baixo equivalente ao velho dez; ao suficiente corresponderá o bom ou o muito bom. Mais: se a escala for BOM, BOM COM DISTINÇÃO e MUITO BOM, como tem sido a prática no ensino superior, então, face à à «lei do funil», veremos muito distinto docente a marcar passo, ou melhor, a fazer o que sempre mais ou menos fez (é que não se fala em cátedras, mas em aperto, estrito senso).
Retrieved from "http://en.wikipedia.org/wiki/Jacques_de_la_Palice":
Messieurs, vous plaît-il d'ouïr
l'air du fameux La Palisse,
Il pourra vous réjouir
pourvu qu'il vous divertisse.
La Palisse eut peu de biens
pour soutenir sa naissance,
Mais il ne manqua de rien
tant qu'il fut dans l'abondance.
Il voyageait volontiers,
courant par tout le royaume,
Quand il était à Poitiers,
il n'était pas à Vendôme!
Il se plaisait en bateau
et, soit en paix soit en guerre,
Il allait toujours par eau
quand il n'allait pas par terre.
Il buvait tous les matins
du vin tiré de la tonne,
Pour manger chez les voisins
il s'y rendait en personne.
Il voulait aux bons repas
des mets exquis et forts tendres
Et faisait son mardi gras
toujours la veille des cendres.
Il brillait comme un soleil,
sa chevelure était blonde,
Il n'eût pas eu son pareil,
s'il eût été seul au monde.
Il eut des talents divers,
même on assure une chose:
Quand il écrivait en vers,
il n'écrivait pas en prose.
Il fut, à la vérité,
un danseur assez vulgaire,
Mais il n'eût pas mal chanté
s'il avait voulu se taire.
On raconte que jamais
il ne pouvait se résoudre
À charger ses pistolets
quand il n'avait pas de poudre.
Monsieur d'la Palisse est mort,
il est mort devant Pavie,
Un quart d'heure avant sa mort,
il était encore en vie.
Il fut par un triste sort
blessé d'une main cruelle,
On croit, puisqu'il en est mort,
que la plaie était mortelle.
Regretté de ses soldats,
il mourut digne d'envie,
Et le jour de son trépas
fut le dernier de sa vie.
Il mourut le vendredi,
le dernier jour de son âge,
S'il fût mort le samedi,
il eût vécu davantage.
Gentlemen, hear if you please
the song of famous La Palisse,
You may indeed enjoy it
as long as you find it fun.
La Palisse didn't have the means
to pay for his own birth,
But he did not lack anything
once his riches were plenty.
He was quite fond of travel,
going all over the kingdom,
When he was in Poitiers
You would not find him in Vendôme!
He enjoyed a boat ride
and, whether in peace or in war,
He would always go by water
when he didn't go by land.
He drank every morning
some wine from a barrel,
For eating at his neighbors
he would always go in person.
He preferred at good meals
his dishes to be tasty and tender
And always celebrated Shrove Tuesday
on the eve of Ash Wednesday.
He shone like a sun,
his hair was blonde,
He would have had no equals
had he been the only one.
He had diverse talents,
some even claimed this:
Whenever he wrote in verse,
he did not write in prose.
He was, to tell the truth
a rather mediocre dancer,
But he would not have sung so badly
if he had chosen to shut up.
They tell that he would never
have taken the decision
of loading his two pistols
when he had no ammunition.
Monsieur d'la Palisse is dead,
he died before Pavia,
A quarter hour before his death,
he was still quite alive.
He was by sorry fate
wounded by a cruel hand
Since he died of it, we fear
that the wound was a mortal one.
Lamented by his soldiers,
his death is to be envied,
And the day of his passing away
was the last day of his life.
He died on a Friday,
the last day of his age,
Had he died on the Saturday,
he would have lived longer.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Efeitos do sucesso estatístico - Exemplo 2.
http://jn.sapo.pt/2007/11/23/porto/vandalismo_escola_processo_a_cinco_a.html
«A jovem (...) afirmou que estava, com um grupo de amigos a "jogar ao túnel" (...) e que um deles "deu um cachaço a uma professora". "A professora deu-me um estalo e eu virei-me a ela e dei-lhe outro estalo", referiu a jovem, que sublinhou não se arrepender do seu acto e que ia apresentar queixa contra a docente. "(...) Fez ela muito bem e devia ter dado o dobro", referiu a mãe da aluna.»
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
domingo, 18 de novembro de 2007
BomDiaCoisasDeCima
a) Uma prévia, ainda que sumária e instantânea, ponderação das consequências do seu agir;
b) Um acumular de tensões desfragmentadas que, na expansão, não abale a confiança que nele é depositada.
II - Participar na vida das escolas é vivenciar roupagens, na diacronia e na sincronia, com malha ora frouxa ora apertada, na submissão a olhares que enebriam e levam muitos a vender as varandas, outros a seguir o seu caminho sabendo que-que-que, outros e outras, ainda, a (não) terem pena de ser como são, em face do contexto em que lhes é dado exercer a profissão e do mundo em que lhes é dado serem bons sobreviventes.
III – Pequenas tempestades, em face de grandes martírios e de tragédias à antiga – oh, Felícia, fica sempre um espaço para a energumania te acusar de seres bela ou bruxa e, por uma caxa, dares tudo, naquele instante louco dos deuses – fazem dos poderes instituídos farrapinhos de cetim: que se há-de dizer quando, perante acusações tremendas na praça pública, a gente assobia e vai à vidinha, contempla o grassar não apenas do desemprego mas também do multifunções amigo e ao mesmo tempo inimigo do rei e da amante da rainha?
III – A avaliação daquele e daquela que, expondo-se, se gastam e se regeneram, passam à frente-por-vezes-de-lado e, agitando-se no milieu, saem do Rainha e vão logo direitos à Marquês, num tempo recuado em que os pais estiveram a beber canecos de geropiga e de cevada forte, recuados em home sweet home, a avaliação, ia dizendo, faz, também ela, de per si, toucinho do céu (de picos, urtigas cavalares, figos de palmeiras que só com lenço se deixam agarrar, vidro moído em estômago de cão que acabou de colocar às portas da morte o serviçal, e não de rosas, cravos com aroma, buganvílias e talvez ginkobilobas em dia balsâmico em que tocam campainhas quando tudo está, por assim dizer, acabado.
IV – Serviço é serviço, conhaque é conhaque – e saber que um tal Torcato Sepúlveda (grande nome) escreveu, em duas folhas do suplemento do JN de sábado, 17 de Novembro de 2007, um bom artigo sobre o que os franceses e os ingleses nos fizeram, há duzentos anos, iss não conta para avaliação? E gastar dinheiro do meu bolso a fotocopiar, andando num toyota, de dois lugares, novinho em folha, fornecido pela escola, com rede separadora entre o habitáculo de passageiros e a parte de trás (salvo seja) da carga nobre-porque-dada-a-ser-semeada, quase sem me alimentar a não ser das notícias já gelatinosas da tsf: nada disso conta? Que diabo, o bloquista é o melhor em setenta mil e, para além do mais, faz da terra lhana das bugas o seu recreio de eleição (estou magro).
V- Esta é para as moças fazerem, as que já são diplomadas.
VI – Este é para o mestre fazer (pode ser um analfabeto).
(Esta a primeira parte do B a G).
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
especial zero
Há um propósito e uma conjugação de boas vontades no sentidos de colocar os meninos e as meninas que apresentam ou falhas e lentidões notórios, ou algum neurónio mal acomodado ou acomodado mesmo muito, ia dizendo, há a ideia, que vigora há décadas, de integração com base na igualdade de oportunidades e também, para alguns mais minoritários, o efeito colateral de activar uma espécie de abrir a tolerância dos «meninos-mamã-brancos», por assim dizer, rompendo o mito do estereótipo, do classe média que há-de ir para medicina (o pai e o avô ingressaram com 10 ou 11, numa escala de zero a vinte, e fizeram car(r)(t)eira, mas ele, o «branco-net(o)», terá de se alçar ao dezoito e meio, na mesma escala. E tudo isto a propósito de ensino especial.
Proponho, então, para o futuro:
A) Um ensino especial para as elites (gente que revela muito cedo qualidades - natas, inatas e constructas – para a música (já-que-aqui-estou, por exemplo uma Susana Silva), para a técnica e a arte da medicina, da arquitectura, da engenharia, da economia, enfim, da política e do futebol.
B) Um ensino especial para os que, à partida, se hão-de inclinar para trabalhos por conta própria: gente filha de padrinhos e, por outro lado gente bastarda, isto é, gente que dificilmente brilhará na passerelle (a menos que o conceito de beleza venha, um dia, a ser democratizado, o que a maior parte de nós não deseja)
C)Um ensino «normal» para muitos dos outros (haverá sempre alguns que atiram com a albarda em Penafiel, no dia 10 de Novembro – no feriado já é o day after).
Avaliai isto, comadres e compadres, em alqueires de milho e em canecas de americano proibido e, se quiserdes, subi na vida (na verdade, tendes sempre menos de um século para o fazerdes, não esquecendo que a unidade-base geo é dez elevado a seis anos de trezentos e sessenta e cinco dias). Somos pobrezinhos mas somos sobreviventes, por enquanto, o que nos deve – helas – alegrar.
domingo, 11 de novembro de 2007
Acompanhando dois amigos
balancear1
Que ordem é esta? Quais os fundamentos? Os professores, se não trabalhavam o suficiente, era porque se regiam por leis anacrónicas, impostas pelas bases? O mau sucesso que atinge uma fatia substancial dos nossos jovens, na escola e na procura de emprego, tem como significativos responsáveis os professores, que não ensinam nem bem nem o suficiente? Ou já não se trata, apenas e no essencial, de ensinar e aprender?
Comecei em 1971. Pediram-me, ao assinar uma espécie de contrato, numa escola industrial, para cumprir um horário de 29 horas semanas, sendo seis ou sete pagas como extraordinárias. O trabalho burocrático era mínimo, no que ao docente dizia respeito. A palavra avaliação não era usada, muito menos abusada, em ambiente escolar. A velha classificação imperava, fazia estragos mas também dava alegrias.
Iniciei a actividade integrando logo um júri de exames de segunda época, com prova escrita e oral, ombreando (tão novo, eu) com um antigo director de colégio, que se havia mudado para o ensino público, o qual, dando-me os parabéns pelas perguntas que fizera na oral, insinuou, boamente, que devia ter sido mais exigente, ido mais longe.
O que é pedido hoje, além do que era costume, ou melhor, o que é destacado, como ganga extraída, estratégica ou apenas tacitamente, de um núcleo essencial e «eterno»?
B – Melhoria dos resultados escolares dos alunos e redução das taxas de abandono escolar tendo em conta o contexto sócioeducativo
C – Participação na vida do agrupamento/escola não agrupada
D – Participação em acções de formação contínua
E - Relação com a comunidade
F – Avaliação dos outros docentes
G – Coordenação do conselho de docentes ou do departamento curricular
Até ao Natal vou tentar alinhavar alguma coisa sobre cada um destes pontos.
Este texto é colocado em cartasaoportador.blogspot.com e em betaocomcompanhia.com (julgo que teclei bem), com os meus agradecimentos aos que, nesses sítios, me abriram a porta, depositando em mim uma dose de confiança que espero não vir a defraudar.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
O recuo do PS, a desautorização da Ministra!
Já agora, façam mais um favor:
Discutam tudo outra vez! Deixem as estatísticas e preocupem-se com os fundamentos da formação de jovens, futuros cidadãos de um país que deve ter regras.
sábado, 27 de outubro de 2007
Machadada final?
Sinto o desalento e a frustração daquele que vê alguém percorrer um caminho errado e sabe que esse alguém não tem coragem para mudar de rumo a cada cruzamento que passa.
Esse alguém simboliza um país que, a cada passo, deixa para trás valores do passado, inebriado por ideias ocas de sucesso fútil que, ainda por cima, comprometem o futuro.
O desalento e a frustração são o sentimento do homem que, constantemente, se sente impotente para travar os arrepios de sabedoria daqueles que julgam saber do que nunca fizeram.
Falo daquela que será, a acontecer, a machadada mortal para algumas escolas públicas portuguesas.
Parece (é que estas coisas importantes sabem-se sempre primeiro pelos jornais!) que o novo estatuto do aluno vai resolver finalmente dois dos graves problemas da escolaridade obrigatória em Portugal: o absentismo e o abandono.
Como?
Muito fácil. O rapaz falta um tempinho e a gente dá-lhe um exame (não me perguntem quando é que o rapaz fará o exame, se calhar vamos a casa dele levar-lho!). Está tudo resolvido! Finalmente o sonho está realizado: já nem a falta de assiduidade pode causar a retenção. Toda a rapaziada passa de ano, acabaram os chumbos!
Seremos um país de sucesso. Ficaremos no primeiro lugar do ranking. Cumprimos o espírito Europeu!
O facilitismo levado ao extremo. A escola armazém em todo o seu esplendor!
Sobra apenas um problemazito: que resultados aparecerão nos exames nacionais?
Bem, mas este problema também se resolve. Atira-se a culpa para os imbecis dos professores: que não motivam os alunos, que não os habilitam nas competências, que não usam o plano tecnológico. Vai ser fácil atirar o odioso da questão para essa classe de preguiçosos! E, afinal, só se fala uma vez por ano em exames! Porquê tanta preocupação com o conhecimento?
O caminho mais difícil de percorrer é aquele que exige mais esforço. E o grande desafio deste País não é o do índice estatístico, supostamente, imposto pela Europa.
O verdadeiro desafio é saber como se conjuga cumprimento de escolaridade obrigatória com qualidade de aprendizagem.
Para conciliar estas duas vertentes ainda ninguém soube apontar soluções. Se calhar até, ainda ninguém conseguiu encarar o assunto de frente. Para tal é preciso definir prioridades. E tais primados surgirão das respostas que o país quer dar a algumas questões complicadas:
Em que princípios se deve fundamentar o sistema educativo? O princípio da ocupação do tempo das crianças deverá sobrepor-se a todos os outros?
Que regras quer o Estado que a escola dê aos alunos? O Estado quer regras? Ou caminharemos para uma sociedade sem regras?
Deverá o Estado fornecer à escola pública os meios para estar em pé de igualdade com o ensino privado? Ou deverá apenas garantir a subsistência de um número residual de escolas públicas para abarcarem aqueles que não têm possibilidades de frequentar uma privada?
Que suporte dá o estado à família? O Estado quer ter famílias?
Quais as obrigações do Estado em termos sociais? Estará a cumprir tais obrigações? E em termos da criação de condições para o pleno emprego?
É função do Estado zelar pela equidade na distribuição de riqueza?
Que valores proclama o País? Ou já não interessam os valores?
Estas (e muitas outras) são questões importantes que quem dirige o país prefere meter na gaveta. São questões aborrecidas, ainda por cima de difícil resposta.
De certeza que foram inventadas por um daqueles professores que ainda acha que a Escola serve para educar e instruir.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Prémio relevante, por se repercutir no futuro
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Bem que gostaria de não dizer eu não disse ...
Coisas boas em baixa ...
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sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Mudar para melhor
domingo, 30 de setembro de 2007
Apontar o que ESTÁ BEM
domingo, 23 de setembro de 2007
Com vero rasgo
b) Os pais – ou quem as suas vezes fizer - escolhem as escolas, segundo o que desejam para os filhos ou afilhados; se não cabem, o Estado custeia a deslocação para outra escola do mesmo tipo.
c) As actividades propriamente lectivas começarão na primeira semana de Outubro, durante 26 semanas, correspondendo a um ano lectivo.
d) Nas escolas completas, tanto a carga horária de cada disciplina como o número de disciplinas por ano de escolarização são variáveis. As disciplinas não são estanques e as planificações prévias são o tudo que é nada. O dia a dia será discreto – que a vida é mais que «aquilo» e, em boa parte, pré-existe sempre «àquilo». A vida continua e expande-se por fora e por dentro-fora.
e) Nas escolas incompletas o currículo será uniforme, talhado pelos técnicos superiores do ministério ou ministérios que se sintam vocacionados para chamar a si o ensino, a aprendizagem e o plano previamente traçado, no interesse macro-teórico do país. Aqui haverá diplomas, notas e exames, como desígnio objectivo para uma sociedade que realça o mérito assim conseguido. Avaliação de professores por professores mais qualificados é uma invenção refundadora de todo o edifício escolar, desde D. Maria I. Produzir-se-ão estatísticas para o «mercado comum europeu». Haverá felicidade decretada.
Porto, 26 de Abril de 2010
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Um sinal dos céus
sábado, 15 de setembro de 2007
Temas (pouco) interessantes
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quinta-feira, 6 de setembro de 2007
De repente, pode o mundo desabar?
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Quando a ministra anunciou, com ar sério e compenetrado, que os problemas da educação eram responsabilidade directa dos Professores e, sobretudo, da sua progressão na carreira, que assentava no tempo de serviço e não no mérito, os atingidos, duma forma mais ou menos generalizada, sentiram-se ofendidos e injustiçados.
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Quando a mesma personagem publicitou a solução encontrada, que passava pela divisão da classe (se existe tal arranjo profissional) em dois níveis hierárquicos, surgiu a indignação. Todos foram, eram e seriam, até ao fim, apenas e só Professores - significando este só uma imensidade!
No momento em que concretizou a medida, já a responsável principal pela Educação respirava satisfação. Era notório, como se confirmou no concurso de candidatura a Professor Titular, que a possibilidade de se erguer a esse patamar era mais do que lisonjeador para os interessados. Nem importava que o tempo de serviço (aquele factor tido como maléfico) fosse o factor mais relevante para lá chegar! Era um objectivo essencial, fundamental, que não podia ficar deserto, sob pena de não se integrar o reduzido número de eleitos, onde ficaria a nata do professorado.
Foi um corre corre, em que não deixei de correr correr também. Os que sabiam que iam ser, os que achavam que tinham possibilidades, os que só tinham algumas expectativas e até os que sabiam que não iriam lá chegar perfilaram-se e candidataram-se. Fizeram contas, para si e para os directos competidores, procurando descobrir ou certificar a sua posição. Trabalharam para outros menos aptos em contas, para os ajudar no mesmo objectivo.
O tempo de espera foi miudinho, em termos de nervoso, de esperança ou de crença – que os milagres não deixam de acontecer.
No dia em que os resultados do concurso foram divulgados, havia muitos mistos – de satisfação com alguma modéstia ou indiferença no semblante, para os escolhidos; de resignação, com alguma inveja ou desdenha, nos relegados para a condição do que sempre foram – Professores.
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Agora regressa-se à função e, subitamente, de forma inesperada, como um murro nos olhos ainda mal abertos, despertam todos para a realidade.
Os Professores com a confirmação de estarem condenados a (con)viver com um patamar demasiado alto para lá se acoitarem, ocupado por gente que, tendo sido par, agora é algo mais. Percebem que alguns cargos, que ocuparam com gosto e com profissionalismo, está nas mãos doutros, que nunca os quiseram e que, em muitos casos, os não merecem; sentem-se, sobretudo, sufocados.
Os titulares com a descoberta, dorida, que os cargos que vão ter que desempenhar são, normalmente, mais, muito mais do que aquilo que gostariam de ter. Sentem que lhes foi feita uma proposta enganadora, que aceitaram sem a antecipar as consequências. Tudo lhes cai nos ombros. Responsabilidade, trabalho, ocupação e deveres são como as estrelas, frios e incontáveis. Coordenar grupos de pessoas, acompanhar percursos escolares, preparar e aplicar instrumentos, equipamentos, estratégias e planos, avaliar e reformular, contactar e assumir, tudo lhes cabe.
De repente, muito de repente, um sorriso perpassa pelos lábios dos que, querendo lá chegar e não o conseguindo, não estão lá. Não lhes cabe fazer, não lhes compete desempenhar, não vão ter a maçada … que está reservada aos que lá chegaram. Os que estavam (sempre) dispostos a aceitar, ficam do lado de cá do peditório. Os que não olhavam sequer para a sacola, agora seguram-na e não conseguem libertar-se dela. O seu mundo trancou-se, ruiu, esfarelou-se.
O respirar fundo surge do lado dos que não se sentiram bem, no processo de selecção. Pelo menos, por agora. Porque o tempo, esse velho senhor, não costuma passar sem deixar os seus sulcos bem marcados. Apresentar-se-á a todos, permitindo aos que agora sentem a solidão das alturas perceber o perfume do poder; e aos que sorriem face ao desconforto daqueles, a movimentação para os alcançar. O mundo pode desabar, mas recompõe-se rapidamente.