O ano de 2007 trouxe os professorem «à ordem», com novas exigências, aperto na carreira, rigor no trabalho. Importa perguntar:
Que ordem é esta? Quais os fundamentos? Os professores, se não trabalhavam o suficiente, era porque se regiam por leis anacrónicas, impostas pelas bases? O mau sucesso que atinge uma fatia substancial dos nossos jovens, na escola e na procura de emprego, tem como significativos responsáveis os professores, que não ensinam nem bem nem o suficiente? Ou já não se trata, apenas e no essencial, de ensinar e aprender?
Comecei em 1971. Pediram-me, ao assinar uma espécie de contrato, numa escola industrial, para cumprir um horário de 29 horas semanas, sendo seis ou sete pagas como extraordinárias. O trabalho burocrático era mínimo, no que ao docente dizia respeito. A palavra avaliação não era usada, muito menos abusada, em ambiente escolar. A velha classificação imperava, fazia estragos mas também dava alegrias.
Iniciei a actividade integrando logo um júri de exames de segunda época, com prova escrita e oral, ombreando (tão novo, eu) com um antigo director de colégio, que se havia mudado para o ensino público, o qual, dando-me os parabéns pelas perguntas que fizera na oral, insinuou, boamente, que devia ter sido mais exigente, ido mais longe.
O que é pedido hoje, além do que era costume, ou melhor, o que é destacado, como ganga extraída, estratégica ou apenas tacitamente, de um núcleo essencial e «eterno»?
B – Melhoria dos resultados escolares dos alunos e redução das taxas de abandono escolar tendo em conta o contexto sócioeducativo
C – Participação na vida do agrupamento/escola não agrupada
D – Participação em acções de formação contínua
E - Relação com a comunidade
F – Avaliação dos outros docentes
G – Coordenação do conselho de docentes ou do departamento curricular
Até ao Natal vou tentar alinhavar alguma coisa sobre cada um destes pontos.
Este texto é colocado em cartasaoportador.blogspot.com e em betaocomcompanhia.com (julgo que teclei bem), com os meus agradecimentos aos que, nesses sítios, me abriram a porta, depositando em mim uma dose de confiança que espero não vir a defraudar.
domingo, 11 de novembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Em tempo: socioeducativo (ou talvez socio-educativo, não sei, não tenho a gramática grossa dos três autores, ou a dos seis, ainda que a pudesse ter adquirido na grande feira do livro que se realiza mo mercado Ferreira Borges, por 20 €. Estive vai não vai, mas optei por deixar o pouco espaço de que já disponho para a minha papelada, ou melhor, para os que do exterior me invadem: alguns são poetas).
Enviar um comentário